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NOTÍCIA-CRIME
Congresso em Foco
24/11/2025 8:17
A deputada Erika Hilton (Psol-SP) protocolou nesse domingo (23) uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O documento foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e pede a apreensão do celular do parlamentar mineiro.
A iniciativa ocorre depois da divulgação de imagens pela TV Globo, captadas por um drone, que mostram Nikolas usando o próprio aparelho de telefone durante visita a Bolsonaro, na sexta-feira (21), na casa onde o ex-presidente cumpria prisão cautelar domiciliar desde agosto.
Segundo Erika Hilton, o uso do celular ao lado de Bolsonaro, naquele contexto, desrespeita ordem judicial estabelecida na petição 14.129/DF, que proíbe a utilização de dispositivos de comunicação por terceiros na presença do ex-presidente. A parlamentar sustenta que a conduta pode ter contribuído para a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, ocorrida horas depois.
Acusação de instigação e auxílio à tentativa de fuga
Na representação, a deputada afirma que Nikolas Ferreira teria "instigado ou auxiliado" Bolsonaro na sequência de atos que configurariam tentativa de fuga. A notícia-crime faz referência à vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite de sábado (22) e à ação do ex-presidente, que usou um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica, episódio que culminou na decretação de sua prisão preventiva por Moraes.
Erika Hilton diz que o comportamento do deputado representa violação direta das restrições impostas pelo STF e pode ter contribuído para a articulação de medidas para facilitar a evasão do ex-presidente. Para evitar destruição ou adulteração de provas, a parlamentar solicita:
"Há fortes indícios de que os atos praticados pelo noticiado não apenas descumprem ordem judicial, como sugerem participação ativa na articulação que antecedeu a tentativa de fuga", afirma o documento.
O que aconteceu na véspera da prisão
A visita de Nikolas Ferreira ocorreu um dia antes de Bolsonaro manipular a tornozeleira eletrônica. Na noite de sexta-feira (21), o ex-presidente queimou parte do equipamento com um ferro de solda, gerando alerta no sistema de monitoramento da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap). A Polícia Federal apontou risco concreto de fuga, o que levou Moraes a converter a prisão domiciliar em prisão preventiva no sábado (22).
No domingo (23), Bolsonaro participou de audiência de custódia por videoconferência e alegou ter agido movido por "alucinação" e "certa paranoia", atribuídas a medicamentos prescritos por médicos diferentes. Ele disse ter acreditado que a tornozeleira continha uma escuta.
A defesa de Nikolas Ferreira
Nas redes sociais, Nikolas Ferreira rebateu as acusações de Erika e afirmou que não recebeu comunicação prévia sobre restrições ao uso de celular durante a visita. O parlamentar disse que, sem orientação formal das autoridades responsáveis, não seria possível alegar descumprimento de ordem judicial.
Ele também criticou a TV Globo, classificando o uso de drone para monitorar a residência de Bolsonaro como "violação grave de privacidade" e "conduta incompatível com qualquer padrão mínimo de ética jornalística". "O episódio revela mais sobre a conduta invasiva da emissora do que sobre quem foi filmado clandestinamente", escreveu ele nas redes sociais.
Próximos passos
A notícia-crime foi encaminhada diretamente a Alexandre de Moraes, que poderá:
O episódio se soma ao agravamento da situação jurídica de Jair Bolsonaro, que agora cumpre prisão preventiva e aguarda o fim dos recursos no processo em que foi condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado.
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