O Progressistas (PP) avalia lançar candidatura própria ao governo de São Paulo nas eleições de 2026, movimento que, se confirmado, afastaria o partido de uma eventual coalizão de reeleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A informação foi confirmada por integrantes da cúpula da legenda, que falam sob reserva.
A decisão ainda está em fase de análise, mas dirigentes apontam um "crescente descontentamento" de prefeitos e parlamentares do partido com o Palácio dos Bandeirantes. Entre as principais queixas estão a falta de atenção a demandas da sigla, dificuldades de comunicação e a percepção de distanciamento entre o governo estadual e a direção partidária, tanto no plano estadual quanto nacional.
Outro fator que pesa na avaliação é o apoio considerado insuficiente de Tarcísio ao projeto do PP para 2026 no Senado. O partido tem como pré-candidato o deputado e ex-secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PP) e esperava um engajamento mais claro do governador na construção dessa candidatura.
Nos bastidores, a direção do PP também calcula que uma candidatura própria ao governo paulista poderia fortalecer o desempenho eleitoral da legenda nas disputas proporcionais para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa.
Nomes em avaliação
Entre os nomes sondados para uma eventual candidatura ao Palácio dos Bandeirantes estão Filipe Sabará, ex-secretário estadual e ex-coordenador da campanha de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo em 2024, e o deputado federal Ricardo Salles (Novo), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro.
Outro nome citado nas conversas internas é o do próprio Pablo Marçal, que concorreu à Prefeitura da capital em 2024 pelo Pros, mas atualmente está inelegível até 2030. Marçal, hoje filiado ao PRTB, tenta reverter na Justiça Eleitoral decisões que o impedem de disputar novas eleições. Em novembro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo derrubou uma das condenações que pesavam contra ele, relacionada à suposta venda de apoio político em troca de transferências via Pix. Apesar disso, outras decisões continuam válidas e mantêm sua inelegibilidade.
No caso de Sabará, dirigentes apontam como trunfo a proximidade com o senador Flávio Bolsonaro (PL). Nas últimas semanas, ele tem articulado encontros entre o pré-candidato do PL à Presidência da República e empresários e investidores em São Paulo, o que reforça sua projeção dentro do campo conservador.
A cúpula do PP afirma que outros nomes também estão sendo analisados, desde que apresentem viabilidade eleitoral, capacidade de articulação partidária e apoio de lideranças políticas de peso.
O PP é presidido nacionalmente pelo senador Ciro Nogueira (PI) e, em São Paulo, pelo deputado federal Maurício Neves. A definição sobre o rumo do partido na disputa pelo governo paulista deve avançar ao longo de 2026, à medida que o cenário eleitoral se torne mais claro e as negociações com outras siglas evoluam.