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Congresso em Foco
12/3/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:09
O risco de incorrer nesse erro é faltarem os profissionais necessários para expandir a capacidade de assistência à população - um apagão assistencial. Relatos de falta de profissionais são notícia nos estados do Norte e Nordeste e também em grandes capitais brasileiras, como Belo Horizonte, na Região Sudeste, que concentra maior número de médicos.
O avanço da pandemia pode chegar ao ponto de os governos fazerem valer o que prevê o inciso VII da Lei 13.979/2020, que dispõe sobre medidas que podem ser adotadas para o enfrentamento: "requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas". Se isso ocorrer sem a devida imunização dos profissionais de saúde, o preço imposto aos trabalhadores da saúde será alto. E vai refletir pesadamente na assistência à população.
Vaciná-los é uma urgência. O corpo humano inicia a produção de anticorpos eficazes para evitar a covid-19 ou reduzir o risco de evolução para formas mais graves da doença de duas a quatro semanas após a vacinação. E o que temos à mão até o momento são vacinas que só atingem seu potencial de proteção após a segunda dose. Estamos falando de, no mínimo, dois meses para que um profissional de saúde entre diretamente na luta contra a covid-19 protegido.
Mais do que isso, trabalhadores da saúde infectados pelo coronavírus são possíveis transmissores aos pacientes que frequentam os consultórios, clínicas, ambulatórios ou laboratórios particulares. E quem procura esses locais não o faz por estar sadio, mas por apresentar algum problema de saúde agudo ou crônico. Incluam-se nesse grupo pacientes que necessitam de hemodiálise, cardíacos, diabéticos e portadores de outras doenças que os tornam especialmente frágeis diante do coronavírus.
O cenário do enfrentamento à pandemia da covid-19 no Brasil revela uma verdadeira guerra. E ela não é travada somente nas UTIs covid-19 e emergências de hospitais públicos, pois é indispensável dar a assistência para que pacientes com outras doenças não precisem ocupar os leitos hospitalares, cada vez mais comprometidos com a internação pelas complicações provocadas pela infecção do coronavírus. Preterir os trabalhadores da saúde na campanha de vacinação contra a covid-19 é um erro estratégico sem tamanho.
*Gutemberg Fialho é presidente da Federação Nacional dos Médicos
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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