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Jair Bolsonaro está incomodado com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco [fotografo] José Cruz / Agência Brasil [/fotografo].
Congressistas ligados ao setor energético e ex-ministros de Minas e Energia reagiram negativamente à ameaça feita pelo presidente Jair Bolsonaro de interferir na política de preços dos combustíveis aplicada pela Petrobras.
O líder do MDB no Senado e ex-ministro de Minas e Energia de Dilma Rousseff , Eduardo Braga (MDB-AM),disse ao Congresso em Foco que a saída de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras seria "ruim no momento".
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O Congresso em Foco procurou outro ex-ministro de Minas e Energia que, sob a condição de anonimato, disse que a demissão de Castello Branco deixaria clara uma intromissão do Executivo na estatal. "O presidente pode querer escolher outro nome, mas da forma que foi, com a declaração que deu e logo após um reajuste de preço, é clara a intromissão na gestão".
A troca do comando da Petrobras não é decisão exclusiva de Bolsonaro e precisa ser autorizada pelo Conselho de Administração da empresa.
"A empresa faz um reajuste. Ele [Bolsonaro] na sequência diz que foi contra a vontade dele, que não pode se meter, mas que vai ter consequência e que coisas vão mudar lá. Ou não muda nada e foi só bravata, ou a empresa vai mudar a política de preço, e aí já teve interferência, ou ele troca o comando", completou o ex-ministro.
Ele também põe em dúvida se Castello Branco vai querer permanecer no comando da estatal com a ameaça feita por Bolsonaro. Acomodações, porém, podem ocorrer. O ex-ministro lembrou que André Brandão enfrentou uma crise com Bolsonaro e permaneceu no comando do Banco do Brasil.
Em sua live semanal no Facebook, Bolsonaro disse nessa quinta-feira (18) que vai zerar os impostos federais sobre o diesel por dois meses e os do gás de cozinha por tempo indeterminado. Questionada até a manhã desta sexta-feira (19) sobre os efeitos da renúncia fiscal, o Ministério da Economia não informou o quanto o governo deixará de arrecadar. A XP estima que o custo da medida será de R$ 3 bilhões.
Na mesma transmissão, Bolsonaro reclamou dos sucessivos aumentos da Petrobras e ameaçou o presidente Roberto Castelo Branco. “Não posso interferir e nem iria interferir (na empresa). Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobrás nos próximos dias, tem de mudar alguma coisa”, disse.
A Petrobras afirmou nessa quinta que não comentaria as declarações sobre a empresa e seu presidente, Roberto Castello Branco.