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O ministro da Economia, Paulo Guedes. [fotografo] Edu Andrade [/fotografo].
“A economia brasileira está forte, está voltando. Enquanto isso nós estamos falando de crise, de briga, de confusão, com a economia voltando”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em coletiva à imprensa na noite desta sexta-feira (2), após desentendimento com o ministro do Desenvolvimento Regional e ex-subordinado, Rogerio Marinho. “Não é uma briga, é um acerto de funcionamento”, disse ele sobre as divergências entre o eixo político e o eixo econômico do governo.
Segundo a agência Reuters, em evento promovido por uma corretora nesta sexta, Marinho teria criticado Guedes. Marinho teria dito que Guedes é fraco em assuntos de microeconomia e ruim de narrativa. A fala seria uma referência ao anúncio, feito no início da semana, do novo programa social almejado pelo governo, o Renda Cidadã. O financiamento do programa, que envolveria uso de precatórios e recursos do Fundeb, foi mal recebido pelo mercado e criticado pelo próprio ministro da Economia. As divergências levaram ao adiamento da apresentação da proposta ao Senado.
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Ao citar projetos patrocinados pelo governo no Congresso, Guedes mencionou a reforma administrativa, a autonomia do Banco Central e o incentivo à cabotagem (apelidado de “BR do Mar”). Guedes disse, ainda, que estão terminando a segunda parte da reforma tributária e podem encaminhá-la ao Congresso “a qualquer momento”. A equipe econômica entregou apenas um projeto de unificação de impostos federais e prometeu enviar outras etapas da reforma tributária em agosto, mas até o momento não formalizou novas propostas.
“Em vez de ficar parados, nós estamos acelerando as reformas”, disse. Ele citou como empecilho para o avanço das reformas no Congresso a temporada política, em razão da proximidade das eleições municipais, e voltou a dizer que “quem dá o timing é a política”.
“Temos um problema de emprego e renda. O problema da renda é como nós vamos aterrissar do auxílio emergencial”, citou. O benefício será pago até dezembro de 2020. O governo alega que a pandemia revelou 40 milhões de brasileiros invisíveis e desassistidos pelo Estado.