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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Erick Mota
24/1/2020 | Atualizado às 16:26
![Cacique Raoni tem mais de 50 anos de militância na defesa de povos indígenas e da preservação da Amazônia[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo] Cacique Raoni tem mais de 50 anos de militância na defesa de povos indígenas e da preservação da Amazônia[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2019/09/ffabio-1.jpg) 
 
Quem o índio pensa que é para querer viver segundo os seus costumes? Diz nas entrelinhas o presidente da República ao falar que "o índio está evoluindo". Ao dizer algo, você nega outro. Ou seja, se você diz que o índio está evoluindo por estar, em alguns casos, se adequando à cultura dos homens brancos, então você diz que o índio que segue a cultura dos seus ancestrais é inferior. E bem, sabemos o que líderes autoritários costumam fazer com "raças" que eles julgam ser inferiores, né?Cuidado, não voa tão perto do sol. Eles num 'guenta te ver livre, imagina te ver rei. O abutre quer te ver de algema pra dizer: Ó, num falei?
 Vivemos em tempos em que a Câmara dos Deputados tem uma parlamentar indígena, e esta, diga-se por sinal, sempre que vai discursar em qualquer evento, dentro ou fora da Câmara, é exaltada. Joenia Wapichana é uma ameaça para o bolsonarismo.
Vivemos em tempos em que Raoni é recebido pelo Papa, e que líderes mundiais o recebem como a autoridade que é. Isso mata Bolsonaro por dentro, pois Raoni representa uma ameaça para o bolsonarismo.
Bolsonaro ousou ser racista e a resposta veio em menos de 24h. A líder indígena Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), já declarou que vai à Justiça contra o presidente por conta esta frase. Sônia Guajajara é uma ameaça ao bolsonarismo.
Estamos em 2020 e os povos indígenas seguem unidos lutando por demarcações. Saúde indígena. Respeito aos seus costumes. Liberdade aos seus povos. Bolsonaro não consegue conviver com isso.
Vivemos em tempos em que a Câmara dos Deputados tem uma parlamentar indígena, e esta, diga-se por sinal, sempre que vai discursar em qualquer evento, dentro ou fora da Câmara, é exaltada. Joenia Wapichana é uma ameaça para o bolsonarismo.
Vivemos em tempos em que Raoni é recebido pelo Papa, e que líderes mundiais o recebem como a autoridade que é. Isso mata Bolsonaro por dentro, pois Raoni representa uma ameaça para o bolsonarismo.
Bolsonaro ousou ser racista e a resposta veio em menos de 24h. A líder indígena Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), já declarou que vai à Justiça contra o presidente por conta esta frase. Sônia Guajajara é uma ameaça ao bolsonarismo.
Estamos em 2020 e os povos indígenas seguem unidos lutando por demarcações. Saúde indígena. Respeito aos seus costumes. Liberdade aos seus povos. Bolsonaro não consegue conviver com isso.
Ao dizer que os povos indígenas precisam viver segundo os costumes dos homens brancos, você se desfaz das crenças desses povos. Ao criminalizar movimentos sociais que lutam pelas liberdades desses povos, você busca prender as forças de resistência contra o seu autoritarismo. Ao ofender a cultura dos indígenas, você busca ridiculariza-los e diminuí-los. Se tudo isso der errado, segue fazendo o que o Brasil faz desde o "descobrimento" - "Manda eles debater com a bala que vara eles". Em tempos de discurso inflamado, em que a exploração das terras indígenas é incentivada pelo presidente da República, o aumento das invasões nestes territórios bate recorde. Em 2019 foram 160 invasões em territórios indígenas. Sete lideranças foram assassinadas por garimpeiros ou madeireiros. Este é o maior número em 11 anos. Hoje a vítima da vez são os índios, mas em pouco tempo voltarei aqui nesta coluna e falarei sobre um ataque aos gays, aos pobres, aos negros... Quer apostar? Aí vem o outro lado da moeda: Bolsonaro só existe por conta destes embates. Ao mesmo tempo em que é necessário o enfrentamento, o presidente da República sempre foi um zé ninguém, até que o seu lado mais sombrio começou a ser revelado ao grande público. Hoje em dia, Bolsonaro ataca para ganhar destaque. Quando ele bate, ele apanha e ao apanhar, ele cresce. Ou seja, quanto mais próximo das eleições de 2022 chegamos, mais Bolsonaro tende a afiar a língua contra os seus "inimigos". Com isso não quero dizer que essas frases não precisam ser combatidas, pois caso isso aconteça haverá uma normalização do anormal, e com isso a opressão tende a crescer. Para impedir este crescimento, muitos, me incluo aqui, vão bater de frente sempre que Bolsonaro ou quem quer que seja agir de maneira fascistoide, porém, qualquer um que ousar voar perto do Sol em tempos de bolsonarismo, está arriscando ser alvo dos ataques sádicos do líder supremo dos ditos "conservadores brasileiros". Siga a coluna: Twitter | Facebook | Instagram. > Leia outras colunas e matérias de Erick MotaPrimeiro 'cê sequestra eles, rouba eles, mente sobre eles. Nega o deus deles, ofende, separa eles. Se algum sonho ousa correr, 'cê para ele. E manda eles debater com a bala que vara eles.

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