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Julio Croda, pesquisador da Fiocruz
O arenavírus, que causa a febre hemorrágica, vitimou um homem em São Paulo. A doença havia sido erradicada há 20 anos e seu reaparecimento causou espanto entre a população. O Ministério da Saúde (MS) disse em entrevista à imprensa nesta terça-feira (21) que a maior preocupação tem sido com os profissionais de saúde que tiveram contato direto com a vítima, um morador de Sorocaba, no interior do estado. “Neste momento, não existe preocupação de transmissão à população geral. A gente sabe que isso é uma transmissão eventual”, disse Júlio Croda, secretário substituto da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
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“O risco maior de adquirir a infecção é a pessoa entrar em contato com alguma secreção do paciente. Nosso monitoramento está sendo realizado nos profissionais de saúde e seus familiares. Por enquanto nenhum contactante apresentou sintomas”. Cerca de 100 a 150 pessoas se enquadram nesse perfil. Caso a situação não se altere, o monitoramento será encerrado dia 3 de fevereiro, 21 dias após seu início. O paciente, cuja identidade foi mantida em sigilo, faleceu 12 dias após a internação, ocorrida em 30 de dezembro.
Funcionários de três hospitais e três laboratórios estão sendo monitorados. Existem níveis diferentes de risco, sendo considerado o mais alto aquele no qual pessoas tiveram contato com secreções do paciente sem equipamento de proteção e profissionais responsáveis pela necrópsia. Além disso, outra ação planejada é ir aos lugares onde essa vítima passou e identificar se há relatos de roedores silvestres nesses locais, transmissores do vírus.
O arenavírus, do gênero Mammarenavírus, da família Arenaviridae, só foi diagnosticado como causador da doença após a morte do paciente. Na apresentação dos primeiros sintomas, acreditou-se se tratar de febre amarela, mas, após a evolução de outros sintomas, essa possibilidade foi afastada. “Por conta de ser um caso inusitado, foi coletado material para um exame especial, que pode identificar diferentes vírus. E foi identificado o arenavírus”, detalhou Croda.