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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha
26/12/2019 | Atualizado às 10:26
Houve tentativa de golpear os cofres do PSL, diz Junior Bozzella sobre ala bolsonarista. Foto: Agência Câmara[/caption]
"Há um movimento de reconciliação com alguns quadros do partido. Esses que não se comportaram de forma inadequada nas redes sociais têm nossa solidariedade. Quanto àqueles que partiram para ataques, não há como voltar atrás nos processos disciplinares em curso", afirmou.
Sem ambiente
Primeiro deputado a entrar em conflito com Bivar, Bibo Nunes (PSL-RS) diz que sua permanência na sigla é inviável. "Com certeza serei um dos expulsos. Acredito que deve ser um total de 14. De minha parte será muito bem recebida, porque comecei essa briga em julho. O grupo entrou em outubro. Já fui punido em comissões. Não tenho mais ambiente no PSL apesar de ter grandes amigos no partido", declarou.
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Luciano Bivar e Bibo Nunes: deputados vivem hoje em guerra declarada no PSL[/caption]
Junior Bozzella considera inadmissível deputados que se movimentam para deixar o PSL e construir o novo partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, continuem a representar a sigla na liderança e em comissões. "Não entendo como o Eduardo continua querendo ser líder do PSL. No lugar dele eu teria abdicado da liderança do partido. Publicamente, ele virou a chave. Isso incorre numa infidelidade partidária", disse.
O deputado paulista afirma que foi a disputa por dinheiro que motivou a saída de Bolsonaro do partido. "Houve uma tentativa de golpear os cofres do PSL. Queriam ter poder sobre fundo eleitoral e partidário, era essa a intenção. Ficou provado. Era cortina de fumaça. Queriam monopolizar e ter para si o controle dos fundos. Somos um partido plural que tem 53 deputados, que ajudaram o presidente a se eleger. Quando ele tinha 3%, ninguém tinha coragem de citar o nome dele, mas a gente estava na rua", criticou Bozzella.
Para Bibo, Eduardo Bolsonaro tem o direito de querer ocupar a liderança do partido, pois ainda faz parte dele e não está correndo atrás de assinaturas para criar o Aliança pelo Brasil. "Todos sabem que os dissidentes tendem a ir para o novo partido. Temos de respeitar a legenda em que estamos. Não vamos chamar ninguém para se filiar ou ir atrás de assinatura. Apenas divulgar que é um excelente projeto", defendeu o aliado da família Bolsonaro.
Cabe à comissão de ética e à executiva nacional, dominada por Bivar, decidirem pela expulsão. Pela lei sobre a infidelidade partidária, eles não estarão sujeitos à perda do mandato, diferentemente do que ocorreria se deixassem a sigla espontaneamente.
Disputa milionária
O líder da ala de Luciano Bivar aposta que os dissidentes não conseguirão levar recursos dos fundos eleitoral e partidário quando deixarem o PSL. "Se você seguir à risca a lei e não se utilizar de outros instrumentos, não há caminhos para que isso aconteça. Todos cometeram infidelidade partidária. Não tem cabimento levarem o fundo eleitoral. Buscam a justa causa para levar dinheiro. Mas o TSE tem jurisprudência que mostra que isso é impossível. Considero a possibilidade de isso ocorrer praticamente zero. Isso criaria instabilidade política muito grande", disse Bozzella.
O PSL deve receber cerca de R$ 200 milhões apenas para custear campanhas eleitorais em 2020. O grupo de Bolsonaro queria o controle desses recursos, alegando que a gestão de Bivar não é transparente.
Segundo o deputado, essa é uma desculpa usada por bolsonaristas para tentar controlar a distribuição da verba. Para ele, Bolsonaro é um presidente que demonstra descontrole emocional e que ainda não se adequou à cadeira que conquistou com o apoio do partido.
"A recente declaração dele, agredindo jornalista, é um descontrole emocional. Ele se diminui, não sabe o tamanho da responsabilidade da cadeira. Às vezes se sente menor, às vezes maior que a cadeira. Não encontrou ponto de equilíbrio com a cadeira. Troca os pés pelas mãos. Faz política com o fígado, não tem grandeza de agregar valores. Pensa apenas nele e nos filhos. A gente acaba se decepcionando", criticou Bozzella.
De acordo com o parlamentar paulista, sem os apoiadores de Bolsonaro, o PSL deverá assumir uma posição de total independência na Câmara. Ele indica que o partido seguirá o Palácio do Planalto na pauta econômica liberal, mas não terá alinhamento automático. "Vamos apoiar aquilo que for bom para o país. Não vamos fazer oposição ao Brasil", disse.
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