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Ambientalistas se preparam para atos em todo país. [Foto Erick Mota] [Congresso em Foco]
Ambientalistas em todo o mundo estão organizando para esta sexta-feira (20) a Greve Global Pelo Clima. Em anúncio na Câmara nesta quarta-feira (18), parlamentares e ativistas anunciaram que o movimento no Brasil visa reivindicar 15 medidas para o governo, dentre elas está a aplicação dos recursos previstos para o Fundo Clima, o Fundo Amazônia, a Compensação Ambiental e a Conversão de Multas.
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O manifesto divulgado traz dados preocupantes. Até 2050 serão 200 milhões de refugiados climáticos no mundo, segundo aponta o documento. É despejado nos oceanos mais de 25 milhões de toneladas de resíduos todos os anos. Segundo os últimos levantamentos, se continuar neste ritmo, em 2050 haverá mais lixo que peixes nos mares.
"Para enfrentar a gravidade da situação é necessária a mobilização popular, o esclarecimento da sociedade global sobre a crise, políticas públicas estratégicas e mudanças socioeconômicas radicais", dizem os ambientalistas através do documento.
"A gente está vivendo uma emergência climática, o nosso planeta não aguenta mais", alerta Ian Cloelho, 17 anos, integrante da Coalizão Pelo Clima. O coletivo é a união de diversos atores da sociedade civil, que se unem para exigir mudanças nas políticas ambientais. "A gente junta dentro desta coalizão estudantes, ONGs, manifestantes partidários ou não", explica o jovem.
A Coalizão é formada por instituições como Greenpeace, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Lute pela Floresta, Famílias pelo Clima, Maré Socioambiental e partidos políticos. Em Brasília, as manifestações começarão às 17h.
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Veja os 15 pontos de reivindicação:
- Neutralização das emissões de carbono e demais gases de efeito estufa em até 80% até 2030 e em 100% até 2050;
- Criação e sanção de leis de Clima adequadas no Brasil até o ano de 2020;
- Estabelecimento e execução de planos de mitigação da crise climática, visando a consolidação de uma economia de baixo consumo de carbono em todos os setores da economia;
- Criação de políticas públicas de promoção da restauração ecológica de áreas degradadas e investimentos em energias renováveis, além do cumprimento do compromisso de Estado assumido no Acordo de Paris de reflorestar 12 milhões de hectares até 2025;
- Descontigenciamento imediato de todos os recursos previstos para a área socioambiental este ano;
- Retomar os trabalhos e a aplicação dos recursos previstos para o Fundo Clima, o Fundo Amazônia, a Compensação Ambiental e a Conversão de Multas;
- Cobrança de grandes devedores do governo no setor empresarial – agronegócio, pecuária, bancos, igrejas, indústrias – para fortalecer o Fundo Clima no combate às emergências climáticas;
- Mobilização de mais recursos para pesquisa e implementação de iniciativas e soluções voltadas para ações climáticas;
- Apoiar a gestão territorial e ambiental de terras indígenas e as iniciativas indígenas de adaptação e mitigação à emergência climática;
- Ampliação da educação sobre meio ambiente e sustentabilidade nas escolas, universidades e comunidades;
- Criação de um conselho de combate à crise climática composto de forma paritária pela sociedade civil, comunidade científica, organizações não-governamentais e representantes do governo;
- Garantia de um conjunto de políticas desenhadas para assegurar uma transição justa com trabalho decente que ofereça oportunidades às trabalhadoras e aos trabalhadores e às comunidades implicadas e compromisso dos setores envolvidos no processo de elaboração e implementação destas políticas dentre elas o Estado, empresas e trabalhadores, sindicatos e comunidades;
- Consideração do tema da emergência climática e medidas de adaptação nas políticas públicas ambientais, de recursos hídricos e de uso do solo;
- Fortalecimento dos órgãos/instituições ambientais e de pesquisa; e
- Consideração das informações científicas na tomada de decisões do Governo relativas à gestão ambiental e de recursos hídricos.