Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Jânio, Jair e a ameaça velada à democracia

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Jânio, Jair e a ameaça velada à democracia

Congresso em Foco

17/5/2019 | Atualizado às 22:11

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

O senador Alessandro Vieira protocolou emenda substitutiva que visa barrar interesses individuais e orçamento secreto (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Alessandro Vieira protocolou emenda substitutiva que visa barrar interesses individuais e orçamento secreto (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Alessandro Vieira* Um político sentava no chão para comer sanduíche de mortadela com seus eleitores. Outro oferece o mesmo de café da manhã ao conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos. Um colocava talco no terno para parecer caspa; o outro, com orgulho, assina tratados internacionais e medidas provisórias com uma caneta Bic. Enquanto um ostentava a vassoura como ícone do seu governo, o outro faz com as mãos o símbolo de uma arma. O alvo? O mesmo. Corrupção, imoralidade, a política, ou seja, "tudo que está aí". Tempos distintos, o mesmo estilo. Jânio Quadros foi eleito presidente por um partido nanico. Jair Bolsonaro também. O primeiro teve ascensão política meteórica, sem acumular a maturidade política decorrente de cargos executivos. O segundo, idem. Jânio fazia questão de manter contato com a população, como se isso o poupasse de negociar com o Congresso. Bolsonaro faz o mesmo. Jânio tinha um vice que despertava receios profundos em certos setores. Bolsonaro também. Na coluna semanal da revista Veja, Roberto Pompeu de Toledo enxergou paralelos entre "o efêmero presidente de 1961 e o atual", com desconcertante ênfase ao "fantasma de Jânio que continua a assombrar a política do país". Não estamos em 1961, mas a associação faz sentido, até para que não se deixe repetir o desfecho daquela história- o golpe militar de 1964. Com Bolsonaro, o país está mais polarizado, mas sem agenda executiva clara. Falta a visão de um Brasil para além do combate à corrupção e ao déficit fiscal, importante para o país, mas não suficiente. É preciso ter prioridades claras. Dar à educação o destaque que merece. Abandonar discursos de polarização. Trabalhar com um Congresso que é fruto da mesma renovação que colocou Bolsonaro no poder. O sistema político brasileiro se viciou em corrupção, com evidentes exceções. Candidaturas alicerçadas em dinheiro sujo. Maiorias parlamentares construídas mediante fisiologia ou distribuição aberta de recursos de origem espúria. Apropriação criminosa do Estado quase como uma regra. As operações policiais, com destaque para a Lava Jato, deixaram esse sistema exposto e criaram o clima que afastou alguns dos políticos comprometidos e viabilizou a maior renovação da história do Parlamento e a eleição de um outsider, Jair Bolsonaro. As eleições mostraram que o Brasil não aceita mais o velho esquema corrupto, mas não criaram automaticamente uma nova forma de relacionamento entre Executivo, Legislativo e a sociedade. Ainda restam muitos representantes do sistema antigo, que lutam pela sua manutenção, e vários dos novos atores políticos, inclusive o presidente da República, não assimilaram até o momento a dimensão da força e da responsabilidade de suas atuais funções. As soluções devem necessariamente ser construídas dentro do ambiente democrático e de respeito mútuo. Fora disso, só temos a barbárie, o autoritarismo e a violência. O Brasil não precisa e não merece uma nova ditadura, seja de esquerda ou direita. Ditadura nunca mais! O país tem problemas graves , e não há respostas simples. Mas temos bons princípios que indicam o caminho a seguir. O primeiro deles é o indispensável respeito aos eleitores, cujos votos legitimam os eleitos, gostemos deles ou não. O segundo, da alçada do presidente Bolsonaro, é a necessidade de desarmar os espíritos e buscar o diálogo franco com todos os parlamentares. O terceiro ponto, de responsabilidade do Congresso, está em produzir a legislação demandada pela sociedade. No século XXI, as democracias não correm risco entre tanques e soldados, mas na ponta de uma Bic, com extinção de conselhos participativos, por exemplo, ou em manobras parlamentares que ocultam achaques. É no desrespeito às regras do jogo que vão se corroendo liberdades e direitos. O Brasil precisa ter mais clareza do valor das normas democráticas e firmeza para repudiar populismo e autoritarismo com a mesma veemência com que repudiou a corrupção nas urnas. Jânio não conversava diretamente, mandava bilhetes e nunca conseguiu descer do palanque. Deixo aqui meu pedido ao presidente e aos colegas parlamentares e também meu apelo aos brasileiros: aprendamos com os erros da História. Menos tuítes, mais conversa, menos campanha, mais governo. * Alessandro Vieira é senador da República (Cidadania-SE) Veja também: > Bolsonaro deixa Brasília em alerta ao compartilhar texto sobre dificuldades para governar > A democracia e a Lava Jato, por Marcus Pestana
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

democracia Jair Bolsonaro estados unidos sistema político Jânio Quadros Roberto Pompeu de Toledo Alessandro Vieira

Temas

Governo

LEIA MAIS

GOVERNO

Haddad entra em férias com impasse do IOF a pleno vapor

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

4

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

5

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES