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Congresso em Foco
6/10/2006 | Atualizado às 19:42
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, acaba de pedir licença do cargo, após uma reunião com a Executiva Nacional do partido em São Paulo. Berzoini justificou a sua decisão "em beneficío da unidade e da coesão interna do PT". O coordenador da campanha do presidente Lula à reeleição, Marco Aurélio Garcia, assumiu a presidência do partido. O novo presidente do PT classificou a decisão de Berzoini de se afastar do cargo de "responsável".
Berzoini já tinha sido afastado da coordenação nacional da campanha do PT à Presidência da República após o envolvimento de um ex-assessor com o a compra de um dossiê contra políticos do PSDB.
O partido estava dividido em relação à permanência de Berzoini à frente da legenda.Uma ala entendia que a situação de Berzoini havia se tornado insustentável após ele admitir que coordenava o chamado "núcleo de inteligência", composto pelos principais envolvidos na tentaiva de compra do dossiê contra políticos tucanos.
Uma outra ala defendia que a saída de Berzoini da presidência do PT deveria ocorrer somente após as eleições, pois poderia ser usada pela oposição, notadamente o PSDB, para prejudicar a campanha de Lula à reeleição.
Na manhã de hoje, o presidente Lula defendeu a manutenção de Berzoini no cargo. "Eu não vejo necessidade de tomar nenhuma decisão política agora, enquanto você não desvendar esse processo. De qualquer forma, a direção vai se reunir e eu não sei qual vai ser a decisão tomada. Eu não vejo como isso pode ajudar nesse momento", disse o presidente Lula.
Sobre o dossiê
Marco Aurélio Garcia desqualificou a declaração do presidente nacional do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, que afirmou que o dossiê se assemelha ao mensalão . "Esse episódio não tem nenhuma comparação com a crise do ano passado", afirmou Garcia.
O novo presidente nacional do PT também afirmou que o partido pretende esclarecer as responsabilidades do escândalo do dossiê ao povo brasileiro.
Expulsos do PT
A Executiva Nacional do PT anunciou a expulsão de quatro envolvidos na negociação do dossiê contra políticos do PSDB: Osvaldo Bargas, ex-integrante da equipe de programa de governo da campanha do presidente Lula; Jorge Lorenzetti, ex-analista de mídia e risco da campanha de Lula; Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo; e Expedito Veloso, ex-diretor de gestão e riscos do Banco do Brasil..
Marco Aurélio Garcia afirmou que os petistas envolvidos no escândalo do dossiê "colocaram-se, na prática, fora do partido". "Os filiados que assim agiram colocaram-se, na prática, fora do partido. E, por decisão da Executiva nacional, estão politicamente expulsos do PT", declarou.
Confira a íntegra da nota do PT
"A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida no dia 6 de outubro de 2006, decide:
1. O partido dos Trabalhadores, sua militância e sua direção, fomos surpreendidos com a notícia de quem um grupo de filiados havia negoicado com a "família Vedoin" um dossiê contendo informaçoes sobre a atuação da "quadrilha dos sanguessugas" no governo FHC, nas gestões José Serra e Barjas Negri no ministério da Saúde.
2. A surpresa foi ainda maior, porque as informações sobre os vínculos entre esta quadrilha e a cúpula tucana já eram de conhecimento público.
3. Os filiados envolvidos nessa negociação não consultaram a direção do PT, não conultaram a coordenação de campanha e não consultaram os candidatos do Partido. Portanto, desrespeitaram as normas básicas de convivência num partido democrático.
4. O episódio do dossiê serviu de pretexto para, na reta final do primeiro turno, ter curso uma campanha articulada entre a oposição de direita e setores da mídia. Esta campanha ocultou os vínculos entre a cúpula tucana e a quadrilha dos sanguessugas, dando apenas destaque para a negociação do dossiê.
5. A executiva nacional do PT repudia a atitude destes filiados, considera um equívoco substituir a disputa de projetos por este tipo de prática, condena a promiscuidade com um grupo de criminosos, bem como o total desrespeito à democracia partidária.
6. Os filiados que assim agiram colocaram-se, na prática, fora do Partido. E, por decisão da executiva nacional, estão expulsos do PT.
7. Tendo em vista estas considerações políticas e para dar cumprimento a legislação, a CEN decide aplicar, aos filiados envolvidos que ainda não se desfiliaram do partido, o que prevê o artigo 228, inciso 1 do estatuto do Partido dos Trabalhadores.
São Paulo, 6 de outubro de 2006"
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Internacional