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Congresso em Foco
6/10/2006 | Atualizado 7/10/2006 às 1:08
Diego Moraes
Um grupo de 50 eleitores denunciou nesta sexta-feira (6) Antonio Holanda (PTdoB), eleito deputado estadual no último domingo, ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) por compra de votos. O presidente da corte, José Fernando Lima Souza, acatou a acusação e encaminhou o caso à Polícia Federal.
O delegado Marco Antonio Gomes, responsável pela investigação, ouviu os eleitores ao longo da tarde e solicitou o endereço de todos eles. As informações serão comparadas a uma lista que será entregue na próxima semana por um dos cabos eleitorais de Holanda, conhecido como Edson. Um relatório sobre o caso deve ser concluído em 30 dias.
Faltou dinheiro
Segundo os denunciantes, Holanda ofereceu R$ 40 em troca de cada voto e R$ 50 para que Edson fizesse o recrutamento dos eleitores. O acordo rendeu resultado e o candidato obteve 28.981 votos no último domingo, o suficiente para garantir uma vaga na Assembléia Legislativa. O problema é que, com o fim da campanha, ele alegou falta de dinheiro e não pagou a dívida.
Irritados, os eleitores e o cabo eleitoral foram à casa do candidato na última terça-feira, já após a divulgação dos resultados da eleição, para cobrar a dívida. Ele se comprometeu a quitá-la na quinta-feira, mas novamente deixou todos na promessa. Prevendo o calote, os eleitores decidiram procurar o TRE.
O grupo apresentou um cartão, feito em PVC, com o nome e a foto de Holanda na frente. No verso, havia ainda uma cola com todos os números que os eleitores deveriam digitar na urna eletrônica - inclusive para governador e presidente. O candidato foi eleito pela coligação Alagoas: Paz e Desenvolvimento (PMDB-PPS-PSDB-PTdoB).
O Congresso em Foco tentou entrar em contato com o parlamentar, mas não obteve resposta. O irmão de Antonio Holanda, Dudu Holanda, informou que o deputado viajou para se recuperar de uma cirurgia.
Dudu, que é vereador em Maceió, disse que as acusações não têm fundamento e que tudo não passa de montagem. Ele argumentou que os cartões em PVC são, na verdade, santinhos de campanha, cuja confecção foi declarada na prestação de contas ao TRE.
"Somos uma família tradicional de políticos em Alagoas e com muito trabalho elegemos meu irmão deputado. Nós somos conhecidos por um trabalho social muito forte", declarou. O vereador afirmou que sua família não tem inimigos no estado, mas disse que o episódio pode ter sido armado por adversários derrotados na eleição.
Veículos de comunicação alagoanos tomaram conhecimento do fato, mas, por "ordem superior", foram impedidos de registrar o fato.
Matéria publicada em 06.10.06. Última atualização à 1h05 de 07.10.06.
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