[fotografo]Retha Ferguson/ Wikimedia Commons[/fotografo]
Ao menos 11 estados brasileiros governados pelos mais variados partidos já negociam diretamente a compra da vacina
Coranavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, com o governo de São Paulo, conduzido pelo tucano João Doria.
Acre, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Pará, Paraíba e Pernambuco já anunciaram que tratam do assunto com o governo paulista para obter o imunizante. Pelo menos quatro capitais - Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro - também já demonstraram interesse na compra da vacina.
A Coronavac se tornou alvo de disputa política entre o presidente da República e o governador João Doria no último mês. O imunizante foi apelidado por Bolsonaro como a "vacina chinesa do Doria", em diversas tentativas de desqualificar os estudos que seguem em fase três de teste.
Jair Bolsonaro chegou a negar que a vacina seria comprada pelo governo federal e comemorou quando os teste foram temporariamente suspenso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O episódio acirrou a disputa entre os dois governadores. Os testes foram retomados um dia depois, quando se confirmou que a morte do voluntário não tinha relação com a vacina.
Nas redes sociais, governadores e prefeitos reforçam desde ontem a necessidade de se comprar o imunizante e que confiam no trabalho realizado pelo Instituto Butantan. Doria colocou a Coronavac à disposição dos demais entes federativos e disse que cidadãos de qualquer parte do país terão direito à dose quando estiverem no estado de São Paulo e se enquadrarem nos grupos preferenciais.
O governador João Doria anunciou, na última quinta-feira (3), que iniciará
a vacinação no estado a partir de 25 de janeiro, antes mesmo do cronograma nacional de vacinação programado para iniciar em março, segundo o Ministério da Saúde. Após o anúncio de Doria, o Ministério da Saúde anunciou que negocia a compra da vacina da Pfizer, cujo uso já está sendo feito no Reino Unido.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), entrou com uma ação no
Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar autorização da autonomia dos estados para negociação direta de compra de imunizantes autorizados por outros países.
Alguns governadores não se pronunciaram ainda publicamente, mas segundo a
CNN e a
Globo News estão em negociação com o governo de São Paulo para a compra do imunizante.
Veja outras repercussões:
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou por meio de vídeo as negociações feitas tanto com o governo federal quanto com o Instituto Butantan.
O governador Camilo Santana (PT), do Ceará, também afirmou que negocia com o governo Doria a compra da Coronavac.
João Azevedo (PSB), governador da Paraíba.
Rafael Greca (PMN), prefeito de Curitiba (PR).
Cinthia Ribeiro, prefeita eleita de Palmas (TO), anunciou conversas com o governo federal e defendeu que todos os quatro imunizantes em fase 3 de testes, no Brasil, devem ser levados em consideração.
