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Congresso em Foco
6/8/2009 22:16
Fábio Góis
Em uma sessão plenária novamente marcada pela troca de ofensas, o líder do Psol no Senado, José Nery (PA), foi à tribuna para "contestar de forma veemente" a nota por meio da qual o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), contesta o teor da primeira representação contra si no Conselho de Ética. A peça, ajuizada pelo Psol (foi a primeira da onze apresentadas ao colegiado), diz que o servidor da Casa Rodrigo Cruz havia sido contratado por meio de ato secreto avalizado por Sarney.
Ontem (5), durante seu discurso de defesa ("Por que mereço punição?"), Sarney disse não conhecer Rodrigo, no que foi contestado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que lembrou ter sido Sarney o padrinho de casamento do rapaz, Rodrigo Luiz Lima Cruz. O servidor casou com a filha do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, no mês passado, em cerimônia da qual participaram não só José Sarney, como também Renan Calheiros e outros senadores peemedebistas.
Na nota, Sarney diz que o Rodrigo em questão na representação do Psol é homônimo a outro servidor da Casa, Rodrigo Miguel Cruz, ex-funcionário do gabinete da então senadora e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), filha do cacique peemedebista. Para Nery, Sarney "faltou com a verdade" no discurso e, com a emissão da nota, "cria mais um fato que seria adequado para mais um processo por quebra de decoro parlamentar", por ter reiterado a suposta mentira diante de seus pares.
"O Psol não divulgou na representação o nome de um servidor que não estaria envolvido nos atos secretos. No texto da representação que ingressamos junto ao Conselho de Ética do Senado, no dia 30 de junho, pede a investigação por quebra de decoro parlamentar de José Sarney. Foi publicada, na verdade, a partir de uma lista de quinze nomes de pessoas ligadas a ele de alguma forma, e que teriam sido beneficiadas com atos secretos", discursou Nery.
Sarney já estava em seu gabinete quando Nery começou seu pronunciamento, mas, motivado pela intensificação da defesa de sua "tropa de choque", voltou ao plenário para replicar o líder do Psol.
"Lamento ter que voltar a este plenário, mas quero dizer que vossa excelência não leu a representação do seu partido", provocou Sarney, com papéis em mãos que sustentariam sua versão. "Eu me utilizei para fazer esta nota do documento apresentado pelo Psol na Comissão de Ética e não podia estar o genro do senhor Agaciel, porque nesta página apresentada pelo Psol as pessoas que são relacionadas são: José Sarney, Roseana Sarney, Epitácio Cafeteira e Delcídio Amaral. O genro do senhor Agaciel nunca esteve nesses gabinetes e, portanto, não poderia estar nesta lista."
Nery não se convenceu. "Eu solicitaria que o senhor pudesse, agora mesmo, talvez de um computador ou um laptop daqui do Senado mesmo, acessar o site do O Estado de S. Paulo, porque lá consta justamente o nome do senhor Rodrigo Cruz, e foi a referência que fazemos aqui na representação, a funcionário nomeado através de ato secreto. É justamente o senhor Rodrigo Cruz, que serviu na Diretoria-Geral do Senado e que foi nomeado e demitido e nomeado novamente através de ato secreto", disse o senador, acrescentando que o partido "irá à exaustão" para demonstrar que o Rodrigo em questão é mesmo o apadrinhado por Sarney.
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