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Congresso em Foco
3/10/2006 | Atualizado 4/10/2006 às 7:20
Na primeira entrevista após o resultado da eleição, o presidente Lula afirmou que não sabe explicar por que não ganhou no domingo e que simplesmente "faltou voto", mas que "não vai faltar no segundo". Lula admitiu que a tentativa de integrantes de sua campanha de comprar um dossiê contra tucanos foi um "tiro no pé". Mas evitou atribuir ao episódio e à sua ausência ao debate da Globo como fatores para a sua não reeleição em primeiro turno.
"Eu confesso que não tenho um medidor ainda. Quem sabe nas próximas pesquisas comecem a aparecer [os motivos de não ter vencido]. Não sei que matéria, se foi debate, o que foi", disse Lula durante entrevista no Palácio da Alvorada. Lula disse que não pode "culpar o PT" e descartou se licenciar do cargo para fazer campanha.
Acostumado a se queixar de perseguição da mídia, o presidente elogiou a imprensa e, sem identificar quem, afirmou que "havia uma pressão de setores da sociedade muito grande para que houvesse dois turnos", sem, porém, reclamar disso. "Não vejo nenhum problema nisso."
Indagado sobre a decisão da senadora Heloísa Helena (Psol), candidata derrotada à Presidência da República, de não apoiar ninguém no segundo turno, Lula classificou a decisão de "sóbria". "Pode ficar certo que os eleitores estão se mobilizando, independente do que nós decidirmos. O eleitor não espera a burocracia do partido para votar", afirmou o presidente em relação às alianças que serão firmadas nesse segundo turno.
Polarização nas eleições
Lula negou ser o "candidato dos pobres". O presidente também contestou que seu adversário, Geraldo Alckmin, é o "candidato dos ricos". "Se fosse assim, simples, como tem mais pobre do que rico, eu ganharia as eleições. A sociedade brasileira não aceita essa divisão". O presidente também destacou a política social do seu governo. "Quanto menos miseráveis tivermos no Brasil, melhor para todo mundo", declarou Lula. "Eu vou continuar fazendo o que eu sempre gostei de fazer: atender os 190 milhões de brasileiros", ressaltou o presidente.
Parlamentares eleitos
Sobre os parlamentares que foram eleitos ontem, Lula ressaltou que num regime democrático os políticos têm que viver com vários partidos. "Não adianta um presidente da República gostar ou não gostar de quem foi eleito. Temos que respeitar qualquer um que foi eleito".
Segundo Lula, o ex-presidente Fernando Collor, recém-eleito senador, pode fazer um "trabalho excepcional". "O Collor já está há 14 anos de castigo. Se candidatou e o povo de Alagoas resolveu mandá-lo para cá. Com a experiência que tem de presidente da República, certamente poderá, se quiser, fazer um trabalho no Senado excepcional."
Lula também afirmou que o governo não tem problemas de relação com o Congresso Nacional. "Nós não tivemos problemas com o Congresso. Tem congresso no mundo que fica três anos para votar uma coisa e não vota. Nós aprovamos 90% das coisas que mandamos pro Congresso. Falta o Fundeb e a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O que vocês precisam compreender é que as leis que mandamos para Congresso não são do presidente, são leis do país".
Questionado sobre CPIs, Lula declarou que o Congresso "não é um convento, é um palco político". "(O Congresso) agiu como sempre agiu. Se quiser CPI, faça. Vocês não vão me ver, enquanto presidente da República, evitar que haja CPI".
À noite, em rápida entrevista ao Jornal Nacional, da Globo, disse que no segundo turno pretende "politizar a sociedade" e comparar o seu desempenho no campo ético com o dos tucanos. "Quero fazer um debate profundo sobre a questão ética no país para que a gente possa inclusive fazer comparação nessa questão, porque nós temos feito mais do que qualquer outro governo fez na história deste país para punir qualquer desvio."
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