Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Acabou o flá-flu, alerta Renato Janine Ribeiro
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "BANNER", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "assettype": "NO", "articlekey": 37028, "showDelay": true, "context": "{\"positioncode\":\"Leitura_Noticias_cima\",\"assettype\":\"NO\",\"articlekey\":37028}" }

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Acabou o flá-flu, alerta Renato Janine Ribeiro

Congresso em Foco

1/9/2016 | Atualizado às 21:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Renato Janine Ribeiro * Alguém percebeu que o flá-flu que marcou a política brasileira nos últimos 20 anos acabou? Essa expressão virou lugar comum para indicar a briga, cada vez mais áspera, entre PT e PSDB. Marina Silva tentou, pelo lado do bem, pôr fim a ela, abrindo um diálogo que juntasse as pessoas - vou usar um termo meio antigo - "de boa vontade". Não deu certo. O flá-flu acabou mesmo pelo lado do mal, com o PT despencando e o PSDB rachado. O flá-flu começou após o impeachment de Fernando Collor, em 1992, quando nossos então dois melhores partidos, em vez de se aliarem, se tornaram os principais antagonistas na política brasileira. Isso, contudo, não foi ruim. Com Fernando Henrique Cardoso chefiando centro-direita e direita, e Lula liderando centro-esquerda e esquerda, os nostálgicos do autoritarismo e os fisiológicos perderam o protagonismo. Reduziram-se a coadjuvantes. Na época, foi bom. Mas tal configuração durou tempo demais. Os coadjuvantes ficaram no poder por mais tempo do que PT ou PSDB, pois apoiaram um e outro indistintamente. PT e PSDB saíam, o PMDB (e outros) ficavam. Até que o coadjuvante roubou a cena. Os autoritários e fisiológicos voltaram com tudo, enquanto os irmãos inimigos se esgotaram de tanto brigar. Que projetos temos hoje em cena? Partidos rachados conseguem propor o futuro? É fácil enxergar o PT enfraquecido, mas o PSDB não vai muito melhor -tem cargos, mas não a narrativa. A inclusão social, na qual os petistas foram tão bons, está recuando, antes mesmo de ser concluída. A retomada da economia, promessa tucana, é mero artigo de fé, de pouca credibilidade, já que o governo que assumiu o poder com essa bandeira só agravou o deficit e os gastos com a cúpula da função pública. O flá-flu acaba, sim, mas os dois lados saem derrotados. Já a Rede, se tem uns bons candidatos a prefeito, também sente o silêncio de sua principal e inconteste líder, cujo único tema é sugerir novas eleições. Sim, é certo que uma mudança de orientação, como a representada pelo atual governo - que aplica, aliado à antiga oposição, o programa que o eleitorado derrotou em 2014 - , precisaria ser legitimada nas urnas ou, pelo menos, por um referendo. Marina tem razão, como Tarso Genro e outros, em querer o recurso ao povo soberano. O vazio, todavia, é mais fundo. Que horizontes temos hoje? Como proposta de país, um corte brutal nos investimentos públicos é muito pouco. A sociedade talvez até o aceitasse, caso vislumbrasse algum projeto. Mas tudo se esgotou. Os tucanos só prometem a economia. Os petistas só pensam na inclusão social. Esta última é mais nobre, é a grande tarefa ética do Brasil, equivalente à abolição no século 19. Para incluir, entretanto, a economia tem que crescer, e isso o governo Dilma não conseguiu. Já a coalizão que sustenta o atual governo não convence quanto aos meios (retomada do crescimento) nem propõe nenhum fim, meta ou valor ético para além dele. Nosso valor ético deveria ser completar a inclusão social, pois só ela pode gerar a igualdade de oportunidades. Sem isso, nosso país continuará disputando as primeiras posições na indecência mundial. Ninguém ganha com a destruição de PT e PSDB. Quando surgiram, foram dois prêmios para o Brasil, partidos bem melhores do que os que tínhamos. A polarização destrutiva entre eles, a recusa a dialogar nesses últimos dois anos, nos fizeram um mal danado. O pior é que não perceberam, ainda, o tamanho do buraco. Petistas estão acabrunhados com a derrota. O problema dos tucanos é acreditar que venceram. Estão, apenas, no governo. Não se sabe para quê.   * Renato Janine Ribeiro é professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP) e foi ministro da Educação em 2015 (governo Dilma Rousseff). Artigo publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (1set).   Mais sobre a crise brasileira
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

pictures Lula Crise econômica impeachment PT Dilma Reforma política democracia Marina Silva economia PSDB pmdb Rede Fernando Collor fernando henrique cardoso gestão pública autoritarismo Fórum fisiologismo Tarso Genro renato janine ribeiro polarização Legislativo em crise radicalização crise brasileira

Temas

Reportagem Governo País Congresso

LEIA MAIS

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Câmara vota revogação de pontos da CLT em meio a polêmica

ENCHENTES

Comissão de Orçamento aprova R$ 7 bilhões para o Rio Grande do Sul

Judiciário

Lula escolhe Carlos Pires Brandão para ministro do STJ

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Segurança Pública

Senado aprova PEC que inclui guardas e agentes na segurança pública

2

SEGURANÇA PÚBLICA

Senado vota PEC que inclui guardas e agentes na Constiuição; entenda

3

CONGRESSO

Dentistas e médicos encaram semana decisiva por piso salarial

4

JUDICIÁRIO

Moraes retira sigilo de inquérito contra Eduardo Bolsonaro

5

Gripe Aviária

Minas Gerais declara emergência sanitária por gripe aviária em BH

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES