O delegado Diógenes Curado, da Polícia Federal de Cuiabá, informou hoje (9) aos deputados Júlio Delgado (PSB-MG),
Carlos Sampaio (PSDB-SP), Vanessa Graziotin (PCdoB-SP), e Paulo Rubem Santiago (PT-PE), integrantes da CPI dos Sanguessugas, que boa parte do dinheiro apreendido na compra do dossiê contra políticos tucanos provavelmente é irregular, o que tornaria difícil a identificação de sua origem.
"Ele explicou que não tem condições de detectar a origem de boa parte do dinheiro porque não é oficial, não tem contabilidade", afirmou o deputado Júlio Delgado. "Até para comprar dossiê, o PT usou caixa dois", completou.
Segundo a PF, a principal dificuldade está relacionada aos reais apreendidos na operação (R$ 1,1 milhão). "É dinheiro velho, miúdo. Tem notas de R$ 5, R$ 10, de todo jeito", explicou Júlio Delgado. Em relação aos dólares, US$ 248 mil, Diógenes Curado confirmou que a PF está perto de chegar à origem dos US$ 110 mil que estavam em série.
O delegado da PF também disse aos parlamentares da CPI que está otimista no avanço das investigações após a quebra dos sigilos telefônicos de Hamilton Lacerda, acusado de comandar a compra do dossiê.
Na reunião, a CPI dos Sanguessugas pediu à PF uma cópia do inquérito sobre a negociação de compra do dossiê que envolveria políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.
(Rodolfo Torres)