Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
14/9/2016 | Atualizado às 8:09
[fotografo]Reprodução/Youtube[/fotografo][/caption]Abandonado pelos aliados em plenário e cassado com uma diferença de 440 votos, o agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é chamado de "Mr. Trust do Brasil" em uma campanha realizada em escala global pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional, grupo sediado em Berlim (Alemanha) cujo propósito central é a luta contra a corrupção. Segundo a ONG, o objetivo do projeto é conscientizar a opinião pública mundial sobre os malefícios do truste - modalidade de administração de valores por meio do agrupamento de empresas.
Em um vídeo da campanha, a Transparência Internacional diz ter examinado 213 casos de corrupção em 80 países mundo afora. Ao todo, mostra o trabalho, 70% dessas ocorrências registraram o uso de "algum tipo de veículo secreto" - como o truste - no sentido de "esconder dinheiro ilícito". A ONG lembra que o mecanismo permite a transferência de ativos a um administrador, o que tem sido uma maneira de "esconder ativos", muitas vezes obtidos de maneira irregular, em países onde os beneficiários não residem.
Assista ao vídeo em que Cunha é chamado de "Mr. Trust do Brasil":
[video player="youtube" largura="440" altura="360"]1gFbMHzgF5U[/video]
A entidade diz que Cunha é um exemplo de beneficiário de truste com movimentação financeira operada em banco suíço - como autoridades da Suíça, em colaboração investigativa com o Ministério Público Federal brasileiro, comprovaram em ação formal aberta contra o ex-deputado. A ONG diz que "Mr. Trust é um dos políticos mais poderosos investigados" no Brasil e faz menção à participação de Cunha no "escândalo de corrupção na Petrobras".
O truste foi argumentação central de Cunha na tentativa - frustrada - de convencer os pares de que não mentiu ao dizer, na CPI da Petrobras, que jamais possuiu contas no exterior. Em 12 de março de 2015, o então deputado foi espontaneamente ao colegiado e, diante de uma maioria ocasional de aliados, negou ainda ter recebido "qualquer vantagem" ilícita - uma semana antes, o peemedebista figurava entre os acusados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras.
Nesse ponto do vídeo, a entidade sinaliza que Cunha de fato mentiu à CPI da Petrobras naquele março de 2015. "Alguns meses depois, procuradores suíços localizaram quatro contas relacionadas a ele e sua esposa em um banco na Suíça. No total, as autoridades brasileiras estão pedindo de volta US$ 30 milhões do Mr. Trust e de sua mulher", diz trecho da campanha.
"Não sabemos para onde o dinheiro foi. Mas sabemos que o Mr. Trust gastou US$ 42 mil em uma semana de compras em Miami", acrescenta a Transparência Internacional, para quem é necessário "acabar com o vício da impunidade" propiciado por instrumentos como o truste.
"Precisamos saber quem são as pessoas e os reais beneficiários de entidades secretas. Se soubermos, isso vai ajudar a acabar com a grande corrupção", arremata o filmete, com uma exortação final. "Existem muitos Mr. Trusts ao redor do mundo. Ajude a desmascará-los."
Discurso derradeiro
A cassação do ex-presidente da Câmara foi aprovada por 450 votos a 10, com nove abstenções, às 23h50 desta segunda-feira (12). Além da perda de mandato, o peemedebista é atingido pelos efeitos da Lei da Ficha Limpa e, consequentemente, fica condenado à perda dos direitos políticos por oito anos, com declaração automática de inelegibilidade. Foram 335 dias de disputa desde que, em 13 de outubro de 2015, Psol e Rede protocolaram representação que resultou no processo por quebra de decoro parlamentar. Com o resultado, Cunha perde o foro privilegiado, fica fora da vida pública até 2027 (oito anos depois do fim do seu mandato, que chegaria ao fim em 1º janeiro de 2019) e passa a ser investigado na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sob a responsabilidade do juiz Sergio Moro.
Mas, mesmo diante da dura realidade de investigações e ostracismo político que o aguarda, o peemedebista manteve a acidez e a virulência das épocas em que comandava a Câmara e, estima-se, Detinha o apoio de quase 200 deputados. "Quem acha que tirar a Dilma foi uma coisa política e parlamentar pode concordar que o seja com todos. É só por vingança! Alguém tem dúvida de que, se não fosse a minha atuação, teria havido processo de impeachment? Alguém tem dúvida de que, se eu não houvesse autorizado, teria havido impeachment? Alguém tem dúvida de que, se eu não tivesse conduzido a votação, teria havido impeachment? Alguém tem alguma dúvida disso nesta Casa? Duvido!", ralhou o agora ex-deputado, diante de um plenário que se dividia entre vaias (majoritariamente) e aplausos, quando o petismo era o alvo.
Leia e veja em vídeo a íntegra do discurso:
Cunha, no último discurso: "Com Dilma foi diferente, foi crime de responsabilidade!"
Mais sobre Eduardo Cunha
Mais sobre corrupçãoTags
Temas
DEFESA DA ADVOCACIA
OAB pede reunião urgente com INSS após postagem sobre benefícios
AGENDA DO SENADO
Pauta do Senado tem isenção do IR e proteção a direitos sociais
A revolução dos bichos
Júlia Zanatta diz que galinha pintadinha é "militante do PSOL"
TENTATIVA DE GOLPE
STF começa na sexta a julgar recurso de Bolsonaro contra condenação
SEGURANÇA PÚBLICA
Entenda o projeto de lei antifacção e o que muda no combate ao crime