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Santa estupidez

Congresso em Foco

15/6/2015 9:39

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Fábio Flora* Como são as coisas: o vice-presidente Michel Temer compara o ministro Joaquim Levy a Jesus Cristo e nenhum feliciano se pronuncia contra uma blasfêmia dessas. Que eu saiba, o mentor do ajuste fiscal - responsável pelo aumento de impostos e por cortes na saúde e na educação - não representa uma classe oprimida ou injustiçada; muito menos é um subversivo, ainda mais quando se trata de economia. O mesmo não se pode dizer, no entanto, da atriz transexual (Viviany Beleboni) que, na Parada Gay do último domingo, assumiu o papel de Cristo crucificado para protestar contra os crimes sofridos pelos homossexuais mundo afora. Ela, sim, encarna uma categoria ampla e historicamente perseguida - e, portanto, faz todíssimo jus à cruz que carregou pela Avenida Paulista durante o evento. Tenho certeza de que o Jesus ao qual fui apresentado - um homem inteligente e sinônimo de amor segundo a tradição cristã - aprovaria a encenação. Não houve ali, como alguns malafaias espalharam pelas redes sociais, ataque à fé alheia ou deboche ao sagrado. Ao contrário. A escolha do mais emblemático símbolo cristão - que encerra o sofrimento de todos os excluídos e marginalizados pela sociedade, sejam eles homens ou mulheres, hétero ou homossexuais - só sublinha o respeito da comunidade gay pela figura em questão. Difícil entender que, no instante em que Viviany resgata a Paixão, ela reconhece - em nome dos seus - o abrigo que a imagem representa para cada um que nela acredita? Dificílimo, sim, para a massa que se deixa contaminar pelo perigoso vírus da imbecilidade, da parvoíce, da indigência cognitiva (os nomes são vários) que adoece o país. Um vírus inoculado por criaturas que só têm interesse em lucrar com a ignorância alheia. A propósito, quantos dinheiros não devem render a certas igrejas (sic) "tratamentos" como o da cura gay? Curiosidade: essas mesmas criaturas não atiraram suas pedras quando, em 2012, a revista Placar pôs na capa um Neymar crucificado, sob a justificativa de que o jogador (à época chamado de cai-cai) teria virado "bode expiatório em um esporte onde todos jogam sujo". Nesse caso, sim, talvez coubesse alguma indignação: afinal, o então craque do Santos não era - jamais foi, pelo menos a partir do momento em que se tornou profissional - um excluído, um marginalizado. Ali era evidente o uso sensacionalista da imagem sagrada para os cristãos; era óbvio o fim meramente comercial. Mas a lógica do lucro a qualquer preço - tão cara aos que se julgam corretores do Céu e do Inferno, incessantemente (em)pregada por eles em seus shopping centers da fé - não costuma alarmá-los. Para esses seres ungidos com óleo de peroba, pecado capital é perder um bom negócio. Não importa que o endereço da firma seja Sodoma ou Gomorra. *Fábio Flora é blogueiro, titular da página pasmatorio.blogspot.com.br/ Saiba mais sobre homofobia
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