Luiz Fux determina que Congresso analise reajuste do Judiciário
10/11/2012
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[caption id="attachment_85991" align="alignleft" width="285" caption="Decisão do ministro do STF vai de encontro à orientação do Executivo sobre rigor orçamentário"][/caption]
Provocado por três entidades nacionais da magistratura, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz (STF) Fux determinou ontem (sexta, 9) ao Congresso, em decisão monocrática e em caráter liminar, a inclusão do pedido de reajuste do Judiciário no projeto de lei orçamentária de 2013. O percentual de aumento reivindicado é de 28,86%, e contrasta com a orientação do relator geral do orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), manifestada à imprensa em 1º de novembro, sobre as restrições de caixa para o próximo ano, sem reajuste para quaisquer categorias.
Relator do orçamento descarta reajuste para servidorA decisão de Fux, de caráter provisório, atende ao mandado de segurança ajuizado no STF pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). Porta-vozes de juízes e desembargadores, as entidades consideram “ilegal e inconstitucional” a conduta do Executivo ao ignorar, por ocasião do envio do projeto de lei orçamentária ao Parlamento, em agosto, a demanda da categoria. Deputados e senadores devem votar o Orçamento 2013 até 22 de dezembro, quando finda o ano legislativo.
A classe alega defasagem salarial e reivindica reposições com base em percentuais de inflação registrados desde 2005. Mas o governo aceitou negociar rejuste de 5%, nos próximos três anos, para diversas categorias, depois que uma série de paralisações recentemente realizadas Brasil afora ameaçou o alcance das metas de desenvolvimento. Nesse pacote de negociações, o Executivo reservou R$ 1,1 bilhão para o reajuste dos servidores do Judiciário.
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Na decisão, Fux determina ainda que as Mesas Diretoras de Câmara e Senado sejam oficiadas sobre a determinação de exame da proposta orçamentária do Judiciário. Por meio de nota à imprensa, as entidades da magistratura manifestam sua contrariedade sobre a postura do Executivo, e direcionam o descontentamento para a presidenta Dilma Rousseff, sem citar seu nome.
“[...] a presidenta da República excluiu parte da proposta apresentada pelo Supremo relativa à revisão anual dos subsídios ao encaminhar o projeto de lei orçamentária de 2013. Sustentam as associações que o projeto encaminhado é inconstitucional e ilegal porque deveria contemplar a totalidade da proposta orçamentária apresentada pelo Poder Judiciário”, diz a nota, acrescentando que a exclusão de demanda em questão “não é uma parte que pudesse ser objeto de livre deliberação ou de apreciação discricionária por parte do Poder Executivo ou mesmo do Poder Judiciário”.
As entidades finalizam o documento solicitando ainda ao Supremo “impor à presidenta da República a obrigação” de incluir a reivindicação de reajuste na proposta orçamentária a ser apreciada pelo Congresso. “As associações sustentam que os magistrados possuem o direito líquido e certo previsto no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, assim como na Lei 10.331/01, de obter a revisão geral anual, em janeiro de cada ano”, conclui a nota.
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