[caption id="attachment_63175" align="alignleft" width="319" caption="Bruno Araújo pede explicações sobre a emenda enxertada em MP que amplia a possibilidade de uso do RDC em obras públicas"][fotografo]Gustavo Lima/Câmara[/fotografo][/caption]O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), subiu à tribuna do plenário, com reportagem do Congresso em Foco nas mãos, para manifestar “preocupação” com que o foi relatado no texto pelo jornalista Eduardo Militão, em matéria intitulada “Contrabando em MP amplia licitação simplificada”. De acordo com a notícia veiculada na manhã de hoje (segunda, 14), a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) entregou uma emenda à Medida Provisória 556/11, relatada pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que dispõe sobre isenção de impostos para diversos setores. A intenção de Ideli, orientada pelo governo, é enxertar na MP uma autorização para a ampliação do polêmico Regime Diferenciado de Contratação (RDC). O RDC é restrito a empreendimentos da Copa (2014) e das Olimpíadas (2016). A intenção do governo com o "contrabando" na MP é permitir o regime de licitação simplificada para outras obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Outros destaques de hoje no Congresso em FocoA inclusão de assuntos diferentes do objeto central definido em MP tem sido recorrentemente criticado por parlamentares de base e oposição. A prática, que passou a ser conhecida como "contrabando" e "colcha de retalhos", entre outros apelidos, tem movido oposicionistas a recorrerem à Justiça, como aconteceu com a própria lei que institui o RDC.
Para Bruno Araújo, há duas hipóteses para o enxerto na medida provisória. “Qual é o sentido de uma Medida Provisória que tem o contrabando de uma matéria que é entregue de forma clandestina pela ministra de Relações Institucionais para tramitar na Casa? De duas, uma: ou o nosso colega deputado Jerônimo – e tenho certeza de que sua excelência vai poder esclarecer – anuncia algo que é de sua própria cabeça e não teve nada com o Palácio do Planalto, ou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, vem a público assumir que foi ela quem entregou essa emenda para a medida provisória”, provocou o parlamentar pernambucano, em seu primeiro ano como líder do PSDB.
Como o próprio deputado lembrou, as obras do PAC têm enfrentado dificuldades de implementação, principalmente depois das denúncias que envolvem o grupo Delta, principal parceiro do programa, com o caso Cachoeira. A empresa tem sido obrigada a abandonar obras importantes em curso, como a reforma do Maracanã, e está com o atestado de idoneidade sob julgamento pela Controladoria Geral da União.
Confira aqui a íntegra do discurso de Bruno AraújoConheça o Congresso em Foco