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Nas revistas: O prefeito e o coronel

Congresso em Foco

13/11/2010 8:18

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Carta Capital

O prefeito e o coronel

Eleito em 2008 prefeito de Diamantino, a 208 quilômetros de Cuiabá, o notário Erival Capistrano enveredou-se por um pesadelo político sem precedentes. Nos últimos 23 meses de mandato, Capistrano, do PDT, foi cassado e reconduzido à prefeitura três vezes. Ao todo, ficou no cargo apenas nove meses. Os outros 14 foram ocupados pelo candidato derrotado nas urnas, Juviano Lincoln, do PPS, graças a um jogo de manobras judiciais que transformou a vida de Diamantino num caos político e administrativo. A cada troca de prefeito, os cofres municipais sofrem um rombo de, aproximadamente, 200 mil reais. Por conta dessa situação, o lugar caminha rumo ao precipício contábil e social.

Antes como candidato e agora como prefeito eventual, Lincoln é patrocinado politicamente pela oligarquia local, comandada pela família do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Mendes usa, inclusive, expedientes do velho coronelismo nativo: vale-se dos meios de comunicação sob seu controle para atacar o adversário político. A TV Diamante, retransmissora do SBT no município, virou arsenal de baixarias contra o grupo de Capistrano comandado por um preposto da família, o técnico rural Márcio Mendes. A emissora, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é uma concessão para fins educativos à União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), instituição de ensino superior fundada pelo ministro do STF.

Capistrano derrotou o grupo da família de Gilmar Mendes nas eleições de 2008. Depois disso, começou uma verdadeira disputa na Justiça Eleitoral para poder se manter no cargo. A primeira cassação ocorreu em abril de 2009, três meses após assumir a prefeitura. Ele conseguiu reverter a decisão no TRE, após ser acusado de ter recebido uma doação de R$ 20 mil feita mediante recibo falsificado.

Esvaziaram o baú

Às vésperas de completar 80 anos, Senor Abravanel, conhecido pelo nome artístico de Silvio Santos, fez a aposta mais arriscada de sua vida. Diante de uma fraude contábil no Banco PanAmericano, o empresário empenhou todos os negócios do seu grupo - dono de 44 companhias, avaliadas em R$ 2,7 bilhões - em garantia a um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para cobrir o rombo. Dificilmente conseguirá quitar esse carnê sem abrir mão de parte significativa de seu patrimônio.


Época

Quem quer dinheiro?

Em um dos quadros mais populares de seu programa de domingo no SBT, o apresentador e empresário Silvio Santos costuma abrir a carteira para o auditório. Com seu sorriso largo e sua voz cantada e encorpada, ele repete o bordão "Quem quer dinheiro?", enquanto circula pela plateia e lança notas de R$ 50 e R$ 100 em formato de aviãozinho para suas "colegas de trabalho", que se desdobram para pegá-las.

Na semana passada, ironicamente, foi Silvio Santos, um dos homens mais ricos do Brasil, com um patrimônio estimado em quase R$ 3 bilhões, quem teve de estender a mão. O gesto foi necessário para evitar a quebra de seu banco, o PanAmericano, um dos 20 maiores do país, que tem como sócio minoritário a Caixa Econômica Federal. Quem assumiu o papel de lhe dar o dinheiro, com a bênção do Banco Central (BC), foi o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), formado por contribuições dos próprios bancos para proteger os correntistas e os poupadores de instituições financeiras em dificuldades. A diferença é que, em vez dos tostões que costuma distribuir à plateia no estúdio, Silvio recebeu uma bolada de R$ 2,5 bilhões. Em compensação, há outra diferença: ao contrário do que acontece em seu programa, o dinheiro terá de ser devolvido.

A operação salvamento, anunciada na terça-feira à noite, depois de um dia de muita boataria no mercado financeiro, não envolveu dinheiro público. Feita em nome do Grupo Silvio Santos, que faturou R$ 4,7 bilhões em 2009, ela não prevê a cobrança de juros, mas apenas o pagamento de correção monetária com base na variação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). O prazo do empréstimo será de dez anos, com três de carência. Depois, a quitação deverá ser feita em parcelas semestrais.

Para garantir o empréstimo, Silvio Santos ofereceu todo o seu patrimônio empresarial, composto de cerca de 40 empresas e estimado em R$ 2,7 bilhões, aí incluídos o SBT, as lojas do Baú da Felicidade, a empresa de cosméticos Jequiti, o hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá (Litoral Sul de São Paulo), a Liderança Capitalização (responsável pela Tele-Sena) e o próprio PanAmericano (leia o quadro ao lado). Segundo o BC, se o empréstimo não tivesse sido feito pelo FGC e o PanAmericano fosse liquidado, o rombo poderia chegar a R$ 900 milhões - a diferença exata entre o valor do empréstimo e o patrimônio líquido do banco, de R$ 1,6 bilhão.

Conflito na tropa tucana

A primeira vez que o PSDB concorreu à reeleição ao governo de São Paulo foi em 1998. Na ocasião, o então governador, Mario Covas, sofreu para derrotar no segundo turno o candidato do PP, Paulo Maluf, que fazia das críticas à área da segurança pública sua principal bandeira. "Vou colocar a Rota na rua", repetia Maluf naquela campanha. Quatro anos depois, o então candidato do PT a governador, José Genoino, com alguma sutileza, encamparia o mesmo bordão malufista, considerado conservador pelos defensores dos direitos humanos historicamente ligados a seu partido: "Uma política de direitos humanos não deve impedir a Rota de agir com energia e força", dizia Genoino em 2002, na expectativa de derrotar o governador Geraldo Alckmin e interromper a dinastia do PSDB em São Paulo.

Doze anos depois da difícil reeleição de Covas, a gestão de José Serra, que deixou o cargo de governador em março deste ano, e de seu sucessor, Alberto Goldman, terminará dia 31 de dezembro com uma marca histórica. Pela primeira vez, São Paulo tem menos de dez homicídios para cada 100 mil habitantes, taxa recomendada pelas organizações internacionais. Conforme balanço oficial da Secretaria da Segurança Pública, no último trimestre, o Estado teve 8,86 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.

Apesar do resultado, Alckmin, reeleito no mês passado, cogitou trocar o atual comandante da Secretaria da Segurança, o procurador de justiça Antônio Ferreira Pinto, homem forte da gestão Serra, por seu antigo colaborador Saulo de Castro Abreu Filho, que dirigiu a pasta entre 2001 e 2006. Com a mudança, Alckmin recolocaria um antigo aliado no primeiro escalão de seu governo e, ao mesmo tempo, também atenderia a pedidos de deputados tucanos que fazem parte de seu grupo político e se opõem a Ferreira Pinto.

A inauguração de fachada de Lula

A última visita de Lula como presidente à África, na semana passada, correu do jeito que ele queria. O destino foi Moçambique, ex-colônia portuguesa na costa leste do continente, onde ele ficou dois dias. Lá, inaugurou uma fábrica de medicamentos antirretrovirais genéricos para o tratamento do vírus HIV - um projeto de cooperação orçado em US$ 31 milhões e que será financiado quase integralmente pelo Brasil.

Orgulhoso, Lula posou segurando cartelas de comprimidos. O sorriso presidencial só foi possível graças a uma pequena despesa de emergência do governo brasileiro. A única máquina instalada na fábrica (chamada de emblistadeira, usada para moldar e embalar comprimidos) só chegou a Moçambique a tempo de Lula vê-la em funcionamento porque foi emprestada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ou era isso ou Lula encontraria um galpão deserto.

Dilma entre dois caminhos

O novo Congresso que toma posse em fevereiro vai discutir um assunto velho, mas resistente. Uma proposta para recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), aquele imposto cobrado sobre cada movimentação financeira, extinta pelo Senado em 2007, voltou à pauta. Na semana passada, o governo decidiu que a hora para tentar ressuscitar a CPMF será o próximo ano, quando contará com maioria folgada na Câmara e no Senado. Como um zumbi de filmes de terror, a CPMF ameaça ressuscitar para atacar o bolso dos brasileiros.

Criada em 1993 com o nome de Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), a CPMF rendia cerca de R$ 40 bilhões anuais até 2007. Esses recursos deveriam ser aplicados na saúde - mas nem sempre o destino era esse. Nos argumentos de seus defensores, a CPMF precisa voltar porque são necessários mais recursos para melhorar o mau atendimento dado à população pelo sistema público de saúde. Mas o efeito de sua ressurreição pode ser outro: representará um novo aumento da carga tributária no Brasil, hoje em 35% do PIB, uma das mais altas do mundo e um sério entrave para o maior crescimento da economia e a expansão dos negócios.

Diante da encruzilhada de aumentar impostos ou cortar gastos, a presidente eleita, Dilma Rousseff, dá sinais de certa ambivalência. Na primeira entrevista coletiva depois de eleita, no dia 3, Dilma demonstrou simpatia pela volta da CPMF, apesar de considerar que "não há uma necessidade premente" para isso. "Estarei atenta às necessidades dos governadores", disse Dilma, ao lado do presidente Lula, que tem uma velha obsessão pela ressurreição da CPMF. Sua extinção é considerada a maior derrota de Lula no Congresso em seus dois mandatos. O presidente culpa a oposição pela perda de recursos.


Istoé

As sete vidas de Sarney

Alguns homens são vítimas das circunstâncias, outros são beneficiados por elas. O ex-presidente José Sarney pertence ao segundo grupo. Volta e meia é envolvido em confusões, mas o destino acaba por lhe sorrir. Entrou para história, por exemplo, o acaso que o levou à Presidência da República em 1985. Agora, na presidência do Senado, apesar do forte desgaste que sofreu no ano passado com o escândalo das nomeações por atos secretos, o cacique da política maranhense tem grande chance de ser reconduzido para mais dois anos à frente da Casa. "Eu não quero exercer novo mandato", disse Sarney à ISTOÉ, com um sorriso matreiro nos lábios. Porém, para quem entende das manhas da velha raposa, a senha está dada: José Sarney (PMDB-AP) está mexendo os pauzinhos para continuar na presidência da Casa.

As donas de casa de Dilma

Pela primeira vez na história do Palácio da Alvorada, a mãe e a tia de um presidente vão influenciar diretamente o estilo e a rotina da residência oficial. A ex-professora Dilma Jane, mãe da presidente eleita Dilma Rousseff, promete se mudar para o palácio logo depois da posse da filha, a quem chama de Dilminha. Junto, levará Arilda, a irmã com quem divide uma casa ampla e confortável próxima à Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Aos 86 anos, Dilma Jane já perdeu as contas de quantas temporadas passou na casa da filha. Nunca imaginou, porém, que um dia se mudaria para um palácio. Mas não se intimida com a novidade. "A Dilminha precisa de pessoas de confiança ao lado dela", diz a primeira-mãe. "Mas primeiro vou conhecer o Torto, vou me divertir", completa, referindo-se à Granja do Torto, que Dilma ocupará nas próximas semanas. Quanto ao Alvorada, ela está animada com a possibilidade de ajudar na administração, junto com Arilda, já que a filha "vai estar mais ocupada do que nunca".

O homem de 20 mil cargos

Quando retornar de Seul, neste fim de semana, a presidente eleita Dilma Rousseff receberá um relatório de 55 linhas e quatro mil caracteres contendo as demandas dos 11 partidos da coalizão governista por cargos estratégicos no futuro governo. No documento, ao lado de cada legenda governista está expresso o número de ministérios, diretorias de estatais e autarquias da administração federal pleiteado. Abaixo, os nomes indicados pelos partidos para as respectivas vagas. O levantamento foi elaborado pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, a partir de conversas mantidas nos últimos dez dias com dirigentes partidários.

Numa sala localizada no primeiro andar do QG da transição, Dutra recebeu uma verdadeira romaria de deputados, senadores e governadores e conheceu, em primeira mão, o tamanho do apetite dos aliados. A fome é grande. A julgar pela quantidade de reivindicações, acomodar a base do governo nesse novo desenho da Esplanada dos Ministérios será uma tarefa hercúlea para Dilma. "Ninguém colocou uma faca no pescoço. Ocorre que todo mundo, além de manter o que tem, ainda quer ampliar espaço. O problema é que todos os partidos cresceram, mas o governo continua do mesmo tamanho", disse Dutra à ISTOÉ.

A estreia de Dilma nos grandes salões

Um vento gelado invade o lobby do clássico Imperial Palace Hotel, um dos melhores cinco-estrelas de Seul. São três e meia da tarde da sexta-feira 12 e a porta da frente está aberta para a chegada de uma autoridade. A presença de seguranças e militares armados contrasta com a delicadeza do vestido cor-de-rosa de Julie, uma bela recepcionista coreana destacada somente para dar as boas-vindas aos hóspedes vips que passam por ali. Minutos depois, entra Dilma Rousseff.

A presidente eleita do Brasil acaba de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de cúpula do G20, na qual foi apresentada aos mandatários de 20 paí­ses desenvolvidos e emergentes, como o americano Barack Obama e o chinês Hu Jintao. Cabeça erguida, ela passa rapidamente pelo hall e some no elevador que estava à sua espera, rumo à suí­te presidencial. Nem deu tempo de apreciar as delicadas porcelanas japonesas e inglesas do início do século passado, em exposição permanente sobre móveis antigos do hotel. A seis semanas da posse, Dilma já é tratada e se porta como aquilo que é: uma das mulheres mais poderosas do mundo.

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