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Congresso em Foco
12/11/2010 7:00
Marcos Assi e Rodrigo Cardozo *
A ferida aberta no Banco PanAmericano traz à tona novamente temas importantes como governança corporativa e a real importância do sistema de controles internos nas instituições financeiras.
Partindo do princípio de que não houve um grande conluio envolvendo diversos departamentos e seus níveis hierárquicos, é inadmissível que áreas como controles internos e auditoria interna não tenham levantado os pontos referentes às manipulações contábeis. Na prática, o que se observa em muitos casos é o despreparo dos profissionais responsáveis pelo sistema envolvendo riscos, compliance e auditoria interna, tendo em vista que, para algumas instituições, a implantação destas estruturas foi uma obrigação do Banco Central.
O resultado é a incapacidade desses setores de dialogar com as áreas de negócios e o risco de terem as suas atividades consideradas como mera burocracia e empecilhos aos negócios. Outro ponto importante diz respeito à menor remuneração dos profissionais de controles nesses bancos, comparando-se ao que é observada nas áreas que são justamente o objeto de controle, como controladoria, tesouraria e área comercial.
É evidente que há um estímulo ao surgimento de comportamentos conflitantes com a função de gerenciamento de riscos e controles. O que se põe à prova é a eficácia destas estruturas e o valor que elas podem agregar às suas instituições, quando a alta administração não está diretamente envolvida e convencida da real importância dessas áreas.
Quando comentamos sobre o envolvimento e capacitação da alta administração e do conselho de administração, muitas pessoas olham com desconfiança sobre essas informações, mas quando acontecem fatos como esse, vêm à tona a verdadeira função do conselho de administração e das auditorias externas. Será que não é o momento de exigir mudanças nesse modelo atual de gestão e revisão? E uma pergunta paira no ar: será que ninguém viu ou identificou essas operações deste tamanho?
O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) vem buscando criar a certificação dos conselheiros, mas será o suficiente? Os contadores e auditores não possuem registro no CRCs (Conselhos Regionais de Contabilidade), que habilita na elaboração e na auditoria das informações contábeis?
Não diretamente ligada a esse caso específico, por se tratar de fraude, mas também importante para essa seara, se refere aos modelos de remuneração variável utilizados pelos bancos. Pagamentos baseados em ações (Stock Options), ferramenta fantástica na remuneração dos profissionais, como ficam? E a perda dos investidores? E a credibilidade dos profissionais de contabilidade, auditoria e sem contar o mercado financeiro? Quem paga a conta?
*Marcos Assi é coordenador e professor de MBA da Trevisan Escola de Negócios e consultor de Governança, Riscos Financeiros e Compliance; e Rodrigo Cardozo é Compliance Officer, economista pós-graduado em Produtos Financeiros e Gestão de Risco
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