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Congresso em Foco
8/11/2010 18:59
Fábio Góis
Poucos senadores compareceram ao Congresso na tarde chuvosa desta segunda-feira (8). Mas os três que estavam no plenário do Senado, por volta das 18h, assistiram a uma cena inusitada: em pleno discurso proferido da tribuna, Mão Santa (PSC-PI) recebe uma ligação telefônica e, ao sacar o celular do bolso do paletó, tem a ideia de mostrar o toque musical. E o fez: encostou a saída de som do aparelho no microfone e revelou aos pares seu jingle de campanha.
"Queremos Mão Santa de novo", soou o refrão do jingle, que não impediu a derrota do senador piauiense nas urnas - opositor declarado do presidente Lula, inclusive com apoio público ao candidato derrotado José Serra (PSDB), Mão Santa tentava a reeleição ficou em terceiro lugar com 433.690 votos, atrás de Wellington Dias (PT, vencedor com 997.513 votos) e Ciro Nogueira (PP, 695.875 votos). "Perdi do lado de um homem de bem, honrado, honesto, ex-prefeito de Teresina."
Veja aqui a composição do novo Senado
No momento em que o telefone tocou, Mão Santa falava do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, "o melhor mesmo de todos". Os taquígrafos do Senado transcreveram a fala do senador, registrando os detalhes da cena: "Já está batendo [sic] aqui o telefone, na certa é aplaudindo, já vou desligar (o senhor senador apresenta o toque de seu celular: 'Queremos Mão Santa de novo'). Olha, é Deus. O Brasil todo vai ouvir o que o Piauí canta. Vou desligar, senhor presidente, mas é Deus que escreve certo por linha torta".
Apenas Paulo Paim (PT-RS), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e João Faustino (PSDB-RN), que presidia a sessão não deliberativa, prestigiaram o discurso de Mão Santa sobre temas como corrupção e amenidades como o filme Tropa de Elite 2 - em cartaz e com o segundo maior registro de público da história do cinema brasileiro, o filme faz ligação entre corrupção política e atuação de milícias no Rio de Janeiro. "O filme do Luiz Inácio [Lula, o filho do Brasil] quase ninguém assistiu. Mas o Tropa do Elite está aí. Ô filme real! [...] Ô Mozarildo, o dinheiro é coisa do cão, mas que é forte é forte. O Piauí sabe e nós sabemos o que é política", exclamou o parlamentar piauiense, chamando a atenção do colega de Senado.
"Quero dizer o seguinte, dar a minha contribuição para a candidata eleita [Dilma Rousseff]. Ela foi eleita, e nós somos democratas, nas regras do jogo, e queremos aperfeiçoar. [Dilma] não teve culpa da corrupção. Não votei nela [...] Quero dizer que perdi com muito orgulho ao lado de um homem de bem, José Serra", discursou o senador, pedindo "que Deus a abençoe e lhe dê coragem". "Mulher tem suas grandezas."
Durante o discurso, o telefone tocou três vezes. Ao lado dos senadores, na área reservada à imprensa, três seguranças e um fotógrafo acompanhavam a cena. Aliás, apenas dois deles testemunharam de fato o gracejo de Mão Santa: um terceiro dormia na cadeira acolchoada de couro azul.
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