[caption id="attachment_37728" align="alignleft" width="300" caption="Junior Brunelli, o deputado da oração da propina, foi um dos 13 que desistiram de concorrer para não enfrentar a ficha limpa"]
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Mário Coelho
As contestações de candidaturas com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10), que proíbe candidatos com problemas na Justiça, já fez com que pelo menos 13 pessoas desistissem da disputa eleitoral de outubro. Desses, oito se inscreveram para concorrer a uma vaga nas assembleias legislativas, quatro para a Câmara dos Deputados e um para primeiro suplente de senador. Ao contrário da impugnação, que precisa ser julgada, uma vez que o candidato renuncia ele está fora do pleito.
O levantamento do Congresso em Foco foi feito no Divulga, sistema administrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abastecido pelas cortes regionais com informações dos candidatos. Para saber quem renunciou por conta da Lei da Ficha Limpa, o site cruzou a lista publicada com os ações de impugnação feitas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e a situação de cada um de acordo com o TSE. No entanto, como o andamento de cada processo é de reponsabilidade dos TREs, a situação pode demorar para ser oficialmente modificada.
Entre os que desistiram, está o ex-deputado distrital Júnior Brunelli (sem partido, ex-PSC), que apresentou sua renúncia ontem (30) no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). Brunelli renunciou ao cargo de deputado distrital para evitar um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar na Câmara Legislativa. Ele ficou conhecido nacionalmente após aparecer em dois vídeos divulgados durante a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. A investigação revelou um extenso esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo locais, que foi apelidado de mensalão do Arruda, em referência ao ex-governador José Roberto Arruda, que chefiava o esquema.
No primeiro vídeo, Brunelli aparece recebendo dinheiro das mãos de um dos operadores do esquema, o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. Mas esse acabou passando despercebido por conta do choque provocado pelas imagens da outra gravação. Ele, junto com o então distrital Leonardo Prudente (que também renunciou para evitar a cassação) e Barbosa, fazem uma oração, pedindo a Deus para proteger o ex-secretário. O caso ficou conhecido como “oração da propina”.
Veja aqui a oração da propina: