Testemunha contra acusado de assassinar irmã Dorothy sofre atentado

Renata Camargo
Uma das testemunhas de acusação contra Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão - investigado pelo assassinato da irmã Dorothy Stang -, sofreu atentado na última quinta-feira (26), no município de Anapu, no Pará. Segundo informações da Agência Brasil, o ocorrido foi anunciado somente ontem (28) pela irmã Jane Dwyer, da mesma consagração de Dorothy Stang.

Considerado uma das principais testemunhas de acusação do caso, Roniery Bezerra Lopes levou vários tiros nas pernas, na cabeça e na boca. Roniery não morreu, mas está internado em estado grave em um hospital cujo nome não foi divulgado.

Segundo a irmã Jane, o atentado foi cometido menos de três horas após Roniery ter recebido a intimação da Justiça para testemunhar contra Regivaldo. O acusado é investigado em um caso de fraude, uso de laranjas e falsificação de documentos para esconder a grilagem do Lote 55, local palco de vários conflitos agrários e onde a irmã Dorothy foi assassinada.

"Ele [Roniery ] recebeu a intimação entre as 18h e 19h, e o atentado ocorreu por volta das 21h", disse irmã Jane à Agência Brasil. "A informação que tive foi de que foram muitos disparos afetando inclusive a espinha. Quanto ao tiro na boca, é uma prática comum daqui para passar uma mensagem clara a quem faz denúncias", acrescenta a religiosa que, assim como Dorothy, tem origem norte-americana.

Durante o julgamento pelo assassinato da irmã Dorothy, Regivaldo alegou não ter nenhum vínculo com o lote referido. Em 2008, no entanto, ele passou a dizer que era dono da área. Regivaldo chegou a apresentar diversas versões sobre como adquiriu a terra.

Incra diz que novo documento sobre caso Dorothy é falso

PF retoma investigações sobre o caso Dorothy

Um inquérito da PF constatou a falsificação do documento e um novo processo contra Regivaldo foi aberto em fevereiro deste ano. Roniery Lopes, que trabalhava para Regivaldo, participava das negociações envolvendo o lote.