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O caos ambiental bate em nossa porta

5/10/2009
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Fernando Siqueira *A Organização das Nações Unidas (ONU) pede ação urgente dos países contra mudanças climáticas, que vêm ocorrendo com o aumento na emissão de gases causadores do efeito-estufa ao ser humano. As medidas preconizadas pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pedem ação rápida contra o aquecimento global, pelo bem da humanidade. A adaptação do planeta aos efeitos das mudanças climáticas que ocorrem pelo mundo é algo desafiador. O custo real para deter secas, inundações, invasões florestais, o desmatamento criminoso e a poluição dos rios e controlar o lixo plástico é assustador, de acordo com estudos elaborados e divulgados por cientistas e estudiosos preocupados com os danos ao meio ambiente na Terra.Até 2030, serão necessários cerca de US$ 600 bilhões para combater os males que vêm afetando o meio ambiente no mundo. O secretário-geral da ONU afirma que o planeta terá que se ajustar aos parâmetros da preservação ambiental. A geleira antártica derrete quatro vezes mais rápido que há dez anos, dizem estudos a respeito. Estamos vendo todo o dia os fatores causadores do aquecimento global. Os governantes veem a natureza ser destruída e sabem que estão no mesmo barco, podem  naufragar juntos.A reunião da cúpula ambiental será realizada em dezembro próximo em Copenhague, na Dinamarca, num momento em que todos estão convictos de que é realmente preciso mudar o rumo da situação, com um novo tratado, mais rígido no combate a todos os fatores que  estão prejudicando o clima do planeta, visto que o atual Protocolo de Kioto expira em 2012.A indústria nos EUA e na Europa nunca se preocupou com o futuro, e o estrago chegou, e está assustando todo mundo. Não houve projetos visando à preservação mundial, o capitalismo selvagem se aprofundou e deixou os Estados Unidos e a maioria dos países do continente europeu à beira do abismo quanto ao meio ambiente. Acabamos de assistir agora ao desmonte do rico capitalismo que prejudicou a todos, principalmente a si próprio. No entanto, o recente freio econômico, ocorrido principalmente nos países ricos, beneficiou a atmosfera, diminuindo o índice de emissões de carbono no planeta. A natureza agradece e exige daqui para frente mais prudência e menos ganância econômica. Aqui no Brasil, estamos assistindo, principalmente na região Sul e Sudeste, a “tufões” abalando e destruindo cidades. Isso já é sinal de transtorno que nunca ocorreu em nosso país. É um  alerta contra o desmatamento e a poluição dos rios. Agora, antes que seja tarde demais, os governos terão que tomar urgentes atitudes impopulares contra os segmentos da indústria produtora do gás carbônico e a poluição em grandes metrópoles e promover uma cirurgia indelicada nas áreas de mineração e produção de cana-de-açúcar e gado, para conter o desmatamento sem critérios, principalmente em nosso país. Nosso Brasil, um grande continente, mostra desequilíbrio notório em suas áreas florestais.Temos como exemplo o desmatamento perverso da Amazônia brasileira e do Pantanal Matrogrossense, que já foi atingido em 40%, substituindo-se áreas nativas pela pecuária e até pela cana, com graves danos ao meio ambiente. O rastro da destruição prejudica a fauna, os rios e o solo. Estamos também vendo o cerrado brasileiro, no Centro-Oeste, ser destruído para dar lugar à pecuária, à cana e a culturas como a da soja.Ainda há tempo? A Amazônia ainda consegue absorver todo o carbono emitido pelo país. O rei da água doce, o rio Amazonas, caminha pela floresta cauteloso com medo de ser atingido pelo dilúvio do desmatamento. O maior bioma do mundo sobrevive, caminhando para um futuro incerto, que não se sabe se um dia deixará de existir. A máquina de fazer chuva transpira, na umidade intacta de alguns lugares da floresta, onde o homem ainda não pisou. Até quando?Os custos para a preservação ambiental e para manter as florestas vivas no planeta têm que recair em sua maior parte sobre os ombros dos países ricos. Os países pobres recorreriam assim a um fundo de adaptação da ONU para arcar com os gastos sob sua responsabilidade.A exploração do meio ambiente está chegando ao fim da linha. Para onde vamos? Toda biodiversidade da Amazonas exigirá mais coerência dos brasileiros, incluindo pecuaristas, madeireiros e assentados pela reforma agrária. As transformações climáticas que vêm ocorrendo no planeta batem na nossa porta e exigem mudanças de atitude imediata.* Fernando Siqueira é jornalista e assessor de Comunicação Política.

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