Renata Camargo
A presidente do Psol, Heloisa Helena, deve entrar com representação para abertura de processo contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ela está reunida neste momento com parlamentares do partido para decidir se ingressa com o pedido de investigação.
O documento já foi elaborado e o partido pode dar entrada na Secretaria Geral da Mesa do Senado nesta quinta-feira (25). A representação foi motivada por uma série de denúncias recentemente publicadas na imprensa, que teve início com a descoberta dos atos secretos, normativos utilizados para contratar, exonerar e aumentar remunerações sem que fossem tornadas públicas as decisões.
Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato secreto e um neto exonerado pelo mesmo expediente na época em que o Supremo Tribunal Federal (STF) pressionava o Congresso para o cumprimento da súmula do nepotismo. O escândalo dos atos secretos não é o primeiro que envolve o Senado desde que Sarney assumiu a presidência. A Casa já foi abalada neste ano por escândalos sobre uso irregular de passagens área e por denúncias envolvendo seus diretores.
Reportagem publicada hoje pelo jornal
O Estado de S. Paulo revela que José Adriano Cordeiro Sarney, neto do presidente e filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA), tem uma empresa que faz operações de crédito consignado no Senado (
leia mais).
Com a representação, o Psol pretende esclarecer as responsabilidades de Sarney diante das denúncias. Em 2007, o partido foi o responsável pela representação no Conselho de Ética que deu origem ao processo de cassação do senador
Renan Calheiros (PMDB-AL), que na época presidia a Casa. O senador, no entanto, foi absolvido.