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Congresso em Foco
8/4/2009 15:58
Renata Camargo
Senadores defenderam nesta quarta-feira (8) que a Justiça apresse um novo julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida - acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, morta em Anapú (PA), em 2005.
Na tarde de ontem (7), o Tribunal de Justiça do Pará (TJ/PA) decidiu anular o julgamento que absolveu o fazendeiro. No entendimento da Corte, um vídeo com depoimento inocentando Bida teria sido utilizado como prova de defesa de forma ilegal. A gravação teria sido incluída nos autos sem o conhecimento do juiz responsável pelo processo.
"A Promotoria alega que o vídeo foi colocado no processo de forma irregular. Essa questão técnica objetivou que o segundo julgamento fosse anulado", explicou o senador paraense José Nery (Psol), que acompanha o caso ocorrido em seu estado. "Foi uma falha técnica com repercussão jurídica e enorme repercussão política, porque todos nós ficamos indignados com o fato de Bida ter sido considerado culpado no primeiro julgamento e ter sido absolvido no segundo", declarou.
Vitalmiro foi condenado a 30 anos de prisão no primeiro julgamento e depois foi absolvido pelo júri popular em um segundo julgamento, realizado em maio de 2008. Ele e o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido com Taradão, teriam encomendado o assassinato da freira a pistoleiros. Irmão Dorothy foi morta com seis tiros. A missionária atuava junto a Pastoral da Terra ao lado de lideranças camponesas em busca de soluções para os conflitos agrários na região.
"A decisão de anular o segundo julgamento nos dá a esperança de que esse processo da irmã Dorothy venha a ter um final que leve de fato à punição exemplar de todos os que fazem parte do consórcio do crime na região de Altamira. Esses criminosos se especializaram em fazer grilagens e mandar matar lideranças e, historicamente, ficam impunes", protestou Nery.
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o posicionamento do TJ/PA vai estimular a busca por justiça. "Essa decisão foi muito importante. Há muita clareza, como mostra o filme sobre o assassinato da missionária, que havia uma vontade e disposição de pessoas, entre elas o Bida, no sentido de, infelizmente, cometer aquela tragédia do assassinato", considerou Suplicy, citando o documentário Mataram a Irmã Dorothy, dirigido pelo norte-americano Daniel Junge.
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