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Em Brasília, 15 horas

Congresso em Foco

16/10/2010 7:00

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Giselle Chassot*

Brasília, Distrito Federal, centro da cidade. A meio quilômetro dos cartões postais da Esplanada dos Ministérios. Um quilômetro, talvez, da Catedral. Dois ou três até o Palácio do Planalto. Nesse cenário vivem os ratos brasilienses. Não se trata dos roedores, mas de supostos cidadãos que, como eu ou você, votarão para escolher nosso governador e nosso presidente da República para os próximos quatro anos, no mínimo.

Esses homens e mulheres que disputam altos cargos não vêem os ratos. Eu os vejo todos os dias. Hoje, às 15 horas, eles fizeram sua toca bem ao lado do meu carro. Com isso, eu tive minha dose de  Inferno de Dante bem em frente aos meus olhos. Não posso sequer dizer que eram ratos- eleitores, tão novinhos e mirrados me pareceram. Mas eram ratos. Possivelmente, filhos de outros ratos.

Reduzidos à condição de ratos por um sociedade que lhes priva o direito elementar: casa, comida, trabalho, escola, limpeza. Enquanto isso, há poucas horas, no programa eleitoral, candidatos a bons moços discutiam quem era mais malvado: o que defende o aborto ou o que defende o aborto.

Todos eles são homens e mulheres de bem. Frequentam catedrais com lindos vitrais; palácios refrigerados e pouco ou nada sabem do mundo que vão governar. No mundo real, cidadãos-ratos fumam crack à luz do dia. Tenho medo, raiva, pena, indignação.

O soco no estômago ainda me doi. São crianças, mais novas talvez que a que eu tenho em casa. Só não foram (são) amadas, desejadas, acolhidas ou mesmo, vistas. São ratos urbanos que roem suas próprias tripas e destroem minhas crenças.

Como, no centro de uma cidade tão linda, eles podem não ser vistos? Por que eles me assustam, me ameaçam, me envergonham? Por que me vem a sensação ruim de que não importa quem vai estar no comando pelos próximos quatro anos, ele/ela não verá os ratos?

Ninguém os vê. A não ser quando eles saltam para dentro de nossas vidas e de nossos agradáveis círculos de conforto. Como, confesso, aconteceu comigo.

Os moços que querem o poder são contra o aborto. E o que me dizem sobre o abandono, a descrença, o desconsolo?
As moças que querem me governar são mulheres de bem. Não aceitam o que Deus não permite. Que Deus, de qual religião, permite tanto abandono, tanta tristeza, tantos olhos ocos, tantas vidas desperdiçadas?

Ninguém vê os ratos. Mas todos queremos salvar o mundo. Mundo, mundo, vasto mundo. Pequenos ratos, grandes ilusões.

* Jornalista, assessora de imprensa da Confederação Nacional dos Vigilantes

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