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Congresso em Foco
4/6/2009 12:11
Renata Camargo
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quinta-feira (4) que aqueles que querem tirá-lo do cargo e pedir seu "pobre pescocinho", "não perdem por esperar". A afirmativa foi em resposta à bancada ruralista do Congresso, que na terça-feira (2) entrou com duas denúncias contra o ministro na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e na Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Não vão transformar a Amazônia em carvão. Podem chiar, podem pedir minha cabeça, vou continuar combatendo a impunidade ambiental. Aqueles que acham que, com insultos e insinuações, podem pedir o meu pobre pescocinho, não perdem por esperar", declarou Minc.
O ministro disse ainda que conta com o apoio do presidente Lula para se manter no cargo. Os dois têm viagem marcada para amanhã (5) para Abrolhos (BA). "Estão querendo tirar uma picanha do Carlinhos Minc, mas a gente vai lá avançar com o presidente Lula. Não é ruralista que nomeia ou demite ministro neste país. Vou resistir dignamente", disse.
Enquadrado
Na manhã de hoje, Minc admitiu que foi "enquadrado" por Lula, que chegou a chamar sua atenção por causa das polêmicas públicas que o ministro tem se envolvido. Mas, segundo Minc, o presidente disse que está muito satisfeito com a pasta ambiental do governo, pois o número de desmatamentos na Amazônia caiu pela metade, a quantidade de licenças dobrou e porque o ministro do Meio Ambiente têm "bom humor".
"Ele disse: Minc, você briga, mas faz as pazes. Briga com o cara da soja, faz as pazes. Briga com [Blario] Maggi, faz as pazes. Eu prefiro assim. Só peço para você tomar mais cuidado na questão política em relação aos outros ministros. E eu, como ministro obediente, não farei mais polêmicas públicas com os ministros", disse Minc.
Na última sexta-feira (28), Minc se reuniu com Lula para tratar sobre a área ambiental do governo. Segundo Minc, a pasta está "enfraquecida" e com "problemas de sustentabilidade". Ao Lula, o ministro do Meio Ambiente reclamou que outros ministros não cumpriam os acordos feitos pelo governo e que "vão ao Parlamento, cada um com sua machadinha, patrocinar emendas que esquartejam e desfiguram a legislação ambiental".
Ruralistas
Na tentativa de dirimir os conflitos públicos, Minc prometeu procurar a presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), responsável pelas denúncias contra o ministro no Conselho de Ética e na PGR. A senadora afirmou que gostaria que o governo tivesse um posicionamento mais rigoroso com o ministro e que a CNA não mais negociaria com Minc.
"Aqui no parlamento, pediram meu pescoço, mas pelo que me consta ele ainda está no mesmo lugar e provavelmente vai ficar até o fim do governo Lula, então nós temos que nos entender", declarou Minc. "Fiz acordos com a soja, do agronegócio, fiz acordos com a cana, fiz acordos com o governador Maggi. Por que eu não posso fazer com a senadora Kátia Abreu, que é muito mais bonita, muito mais simpática e muito mais articulada?", questionou.
O ministro do Meio Ambiente tem se envolvido em diversos embates com representantes do setor agrícola. Na semana passada, Minc participou da manifestação "Grito da Terra", que reuniu cerca de 4 mil pequenos agricultores em frente ao Congresso. Na ocasião, Minc subiu ao carro de som e disse aos manifestantes que eles não poderiam "cair no canto da sereia" e que os ruralistas estavam "querendo usá-los contra o meio ambiente, quando a boa aliança é entre o ambientalista e a agricultura familiar".
Na manhã de hoje, o ministro participou de audiência pública para debater a PEC do Cerrado (nº 115/95), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. A proposta inclui o Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional. Após a audiência, Minc se reuniu com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Minc pediu pressa na votação dessa matéria.
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Atualizada às 18h29
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