Zoghbi presta segundo depoimento à polícia do Senado

Fábio Góis

O ex-diretor de Direitos Humanos do Senado João Carlos Zoghi chegou há pouco à sala da Polícia Legislativa da Casa para prestar o segundo depoimento no inquérito que investiga supostas irregularidades em sua gestão, encerrada depois de outra denúncia (repasse de imóvel funcional a parlamentares). Não há previsão de encerramento da oitiva. 

Fora do comando da Secretaria de Recursos Humanos desde 13 de março, Zoghbi chegou ao Senado acompanhado de sua esposa, Denise Zoghbi, e de seu advogado de defesa, Antonio Carlos Almeida Castro. Denise também prestará depoimento à polícia legislativa, uma vez que foi incluída no inquérito depois de entrevista concedida à revista Época. De acordo com a reportagem, Zoghbi e Denise disseram existir um amplo esquema de corrupção - cujo mentor seria o ex-diretor-geral Agaciel Maia - que controla as compras, contratações e licitações do Senado (leia).

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O diretor da polícia legislativa, Pedro Araújo Ricardo Carvalho, disse que, no entanto, as acusações (desmentidas) são alvo de "ocorrência", e não de inquérito, e que estão em fase inicial de apuração. 

Outro foco do inquérito policial instalado no Senado é outra reportagem da revista Época publicada em 25 de abril (veja aqui). A publicação afirma que Zoghbi participava de esquema de empresas de fachada, e teria posto a ex-babá de seus filhos - uma senhora de 83 anos - como sócia majoritária em três empresas que teriam lucrado R$ 3 milhões em um ano e meio. De acordo com a reportagem, o Banco Cruzeiro do Sul, que operava empréstimos consignados no Senado, era o responsável pela maior parte desse montante. O banco teve seu convênio cancelado pela Casa.

Além da Polícia Legislativa do Senado, Zoghbi é alvo de investigações pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF). Fontes ouvidas pela reportagem informam que o segundo depoimento de Zoghbi no Senado servirá para a polícia da Casa formalizar um pedido de indiciamento do ex-diretor ao MPF.

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