O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, admitiu hoje (28) a intervenção da Força Nacional de Segurança no combate aos chamados currais eleitorais, principalmente em favelas do estado. Investigações dos órgãos de segurança pública do Rio revelam que quadrilhas (grupos paramilitares e narcotraficantes) têm imposto candidatos “eleitos” pelo crime organizado e cerceado campanhas políticas de outros pleiteantes.
Cabral disse que a ajuda militar seria bem-vinda, mas que não iria pedir o apoio. “Se a autoridade eleitoral avaliar que há necessidade de convocar uma força-tarefa, da minha parte não há nenhum problema. Tudo o que vier para somar e dar tranqüilidade é bem-vindo”, declarou Cabral, referindo-se ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma conversa entre o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, juiz Roberto Wider, e o deputado Marcelo Freixo (Psol), presidente da CPI das Milícias, foi marcada para esta segunda-feira com o objetivo de discutir o assunto. A partir do encontro, espera-se que o juiz leve as denúncias da CPI ao presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, com quem se reunirá na próxima quarta-feira (30), em Brasília.
Mais cedo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, suscitou a hipótese da intervenção dos militares no Rio durante o processo eleitoral. (Fábio Góis)
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