O advogado de Renan Calheiros (PMDB-AL), Eduardo Ferrão iniciou sua defesa declarando que seu cliente sofreu um “massacre”. Ele reafirmou que o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o parlamentar alagoano foi um pedido do próprio Renan.
Ferrão destacou que todos os documentos apresentados por Renan são autênticos e que o empréstimo adquirido pelo senador foi registrado na contabilidade da empresa Costa Dourada no ano de 2005. De acordo com o defensor do peemedebista, é uma “tolice” afirmar que não Renan não provou que tinha condições de arcar com suas despesas, pois é obrigação do acusador exibir as provas.
O advogado ressaltou que, em nenhum momento, houve qualquer estratégia na defesa do presidente do Senado quando ele abriu seus sigilos.
Inconsistências
Por sua vez, o senador José Nery (Psol-PA), autor da representação contra Renan no Conselho de Ética, destacou as inconsistências encontradas pela perícia da Polícia Federal na documentação do peemedebista.
Entre elas, ele citou: na conta corrente de Renan não existe saque ou transferência coincidente com as datas declaradas para o pagamento à jornalista Mônica Veloso; algumas notas fiscais apresentadas foram emitidas por empresas inativas; Renan apresentou sua verba indenizatória como parte de seu rendimento; inconsistências entre as guias de transporte de animal (GTAs) e as notas fiscais; além do “aditamento de empréstimo” no valor de R$ 178 mil apresentado por Renan para justificar seus gastos. (Rodolfo Torres)