O longo depoimento, na CPI do Apagão Aéreo no Senado, da diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu resultou no cancelamento de um compromisso dela com os deputados da CPI na Câmara. A comissão preferiu adiar a oitiva que faria com ela hoje (16).
Segundo o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), uma questão humanitária e prática motivou os parlamentares. “Ela já estava depondo há cinco horas no Senado, sem almoçar. Além disso, não sabíamos a que horas iria terminar a sessão. Como passou das 16h, resolvemos cancelar”, afirmou o parlamentar ao Congresso em Foco. Ele comentou que, quatro minutos depois, o relator da CPI no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), encerrou o depoimento de Denise.
Agora, a diretora da Anac será ouvida pelos deputados só na próxima quinta-feira (23). O interesse é saber qual o papel da agência, a problemática do aeroporto de Congonhas, a liberação das Notam (avisos aos pilotos) e a complexidade da malha aeroviária.
Sobre o depoimento de Denise no Senado, Marco Maia destacou o recuo do brigadeiro José Carlos Pereira. O ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) negou que a diretora da Anac fosse amiga do dono da empresa Taed. Segundo entrevista dada por Pereira ao jornal O Globo, a empresa seria beneficiada com a pressão que Denise fez para transferir setores de cargas de aeroportos de São Paulo e Campinas para o de Ribeirão Preto – onde a Taed ganhou licitação para cuidar da área cargueira. (Eduardo Militão)