O relator da CPI do Apagão Aéreo do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou que as conclusões sobre a tragédia que matou 199 pessoas em Congonhas ficarão prontas em no máximo um mês. “É uma opinião, mas quinze dias, no máximo um mês...”, disse ele hoje (2), que disse que as informações do Cenipa, da Aeronáutica, ajudarão a comissão a chegar às conclusões.
A CPI terminou de ouvir, na noite de hoje, o presidente da TAM, Marco Antônio Bologna, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi; e o chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul Filho. Porém, Demóstenes admitiu que a reunião não trouxe nada de novo. Porém, enfatizou a importância do contato pessoal com os principais atores do sistema aéreo e contradições apresentadas.
O relator da comissão destacou o fato de o presidente da TAM ter dito, inicialmente, que avisou a Anac sobre o uso de aviões com o reverso desativado. Depois, Bologna recuou de sua versão.
Corrupção
Demóstenes lembrou que a CPI vai se voltar agora para seu foco, casos de corrupção na Infraero. Semana que vem, ouve 12 procuradores da República de várias partes do Brasil que investigam irregularidades como superfaturamento em obras e fraudes em licitações nos aeroportos de São Paulo, Goiás, Amapá, Bahia e Rio de Janeiro.
Ao sair da reunião, o relator reafirmou suas críticas à divulgação dos dados da caixa preta pela CPI na Câmara. Ao saber das reclamações dos deputados contra a reprovação de Demóstenes, o goiano ironizou: “Não tenho culpa se gamaram em mim”. (Eduardo Militão)