A Comissão de Ética Pública (CEP), órgão vinculado à Presidência da República e responsável pelo assessoramento em relação à conduta de autoridades, divulgou nota hoje (2) em que classifica a atitude do assessor especial Marco Aurélio Garcia como "imprópria". Marco Aurélio foi flagrado pela TV Globo fazendo gestos obscenos enquanto assistia a uma reportagem do Jornal Nacional, que levantava a hipótese de falha mecânica do Airbus da TAM para o acidente ocorrido no aeroporto de Congonhas em 17 de julho passado. Na ocasião, 199 pessoas morreram. O acidente é considerado o pior da história da aviação nacional. Um dia após a divulgação das imagens, Marco Aurélio Garcia afirmou que seu gesto refletia indignação diante do desastre e pediu desculpas por meio de uma nota. “Lembrar aos servidores, e sobretudo aos dirigentes públicos, que o momento é de profunda reflexão, sentimento de pesar, e ação eficiente, sem controvérsias estéreis, em respeito aos vitimados pelo trágico acidente aéreo, a seus familiares e à nação”, diz a nota da Comissão de Ética. A nota reitera que "as altas autoridades do governo federal, bem como todos os servidores públicos e concessionários de serviços públicos tenham sempre presente que o exercício da função de servir ao público exige, entre outras responsabilidades, motivar o respeito e a confiança do público em geral". “O que não comporta atitudes grosseiras”, complementa. (Rodolfo Torres) Confira a íntegra da nota da Comissão de Ética pública "A Comissão de Ética Pública, em reunião realizada no dia 30/7/2007, entre os pontos de sua pauta, examinou os esclarecimentos prestados pelo chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Marco Aurélio Garcia, a propósito do episódio amplamente debatido pela imprensa, sobre gestos filmados por emissora de televisão, diante de notícias sobre possíveis causas do desastre com o vôo TAM 3054. Na ocasião, decidiu: a) Lembrar aos servidores, e sobretudo aos dirigentes públicos, que o momento é de profunda reflexão, sentimento de pesar, e ação eficiente, sem controvérsias estéreis, em respeito aos vitimados pelo trágico acidente aéreo, a seus familiares e à nação; b) Considerar imprópria a conduta do assessor Marco Aurélio Garcia, que já foi objeto de pedido público de desculpas; c) Reiterar recomendação já exarada para que "as altas autoridades do governo federal, bem como todos os servidores públicos e concessionários de serviços públicos tenham sempre presente que o exercício da função de servir ao público exige, entre outras responsabilidades, motivar o respeito e a confiança do público em geral", o que não comporta atitudes grosseiras. O exercício da função pública deve, sempre e de forma inequívoca, servir de bom exemplo (Exposição de Motivos nº 37 e artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal). Rio de Janeiro, 1º de agosto de 2007. Marcílio Marques Moreira, presidente em exercício"
Atitude de assessor de Lula foi "imprópria", diz CEP
2/8/2007
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