Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Sylvia

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Sylvia

Congresso em Foco

27/1/2011 16:48

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

No cabo, sem querer, assisti ao filme Sylvia (Plath?) - sim, era ela -, uma espécie de biografia bastante fiel e sombria da escritora Sylvia Plath (1933-1963), que se suicidou enfiando a cabeça num forno aos 30 anos, uma espécie de ícone para gerações de escritores do mundo inteiro. Não pelo suicídio, mas porque com apenas 30 anos de vida conseguir tocar o imaginário, traduzir uma espécie de espírito de época - início da guerra fria, a denúncia nua e crua da suprema hipocrisia do "american way of life", sobretudo através da denúncia da "popização da cultura" - a difusão duma cultura de plástico quem nem é de plástico nem cultura mas puro merchandising em nome do permanente saque mundial feito pelos americanos, "popização" que destruiu a verdadeira cultura enquanto práxis e lugar do "sublime", do ideal e do utópico. Como se tais elementos tivessem que ser urgentemente descartados do gênero humano. Sempre em nome da manutenção do império americano que se mantém com o saque global, etc.etc.etc.

A perspectiva escolhida pela diretora Christine Jeffs, com Gwyneth Paltrow e Daniel Craig (vivendo o marido poeta e canalha, Ted Hughes) - esclarece muitos elementos que eu própria desconhecia de sua biografia, eu, que dela só li The Bell Jar - e me apaixonei perdidamente. Tanto que meu romance terá como título Botlle's (também é um jarro, que, apesar de não ser de cristal, se enche e esvazia conforme os acontecimentos da vida ou as marés, o que dá no mesmo). Mas, ao fim e ao cabo, Sylvia nos legou um perfeitíssimo, puro, magnífico Jarro de Cristal - um objeto perfeito, qual uma ânfora de Fídias: além de sua poesia, entregou a si própria como sacrifício. The Bell Jar é a própria Sylvia, percebem?

Porque ela é the must como escritora? Tentarei explicar: Sylvia escreve como um assassino - seja qual for o fato a ser reportado, o relato é frio, objetivo, totalmente desprovido de emoção, detendo-se demorada, quase desnecessariamente,  em detalhes específicos (que só interessariam a um assassino, certo?): funcionais, irônicos, atrozes, banais, involuntariamente poéticos, detalhes dos quais jamais se daria conta um ser humano comum, daí seu estranhamento, sua absoluta originalidade - como se a narradora, embora presente na ação, os visse de longe, de fora, do alto e protagonizado por estranhos, incluindo ela própria - fatos como a perda do emprego, a ruptura dum grande amor, a mudança para um país estranho, a tentativa de suicídio, a separação do marido, e por aí vai.

Sylvia e sua obsessão pelo suicídio: da primeira vez, tomou todas as pílulas da mãe e se escondeu no porão, em local inacessível. Foi achada após três dias, porque ingeriu pílulas demais e as vomitou, por isso sobreviveu. Aí se casou com um canalha, o poetinha Ted Hughes (who?) com vários prêmios literários e amantes recorrentes, uma porra dum sujeito com o qual, se eu fosse ela, não viveria dois dias e daria um pé na bunda, mas não, lá vai dona Sylvia querer "salvar" do naufrágio um casamento inexistente, somando a tudo uma dupla maternidade catastrófica!

Situação que absolutamente ELA NÃO QUERIA, era puro sacher-masoch, suas bodas com o Abismo, e este é o grande mistério!Porque o Abismo retribui o olhar. Então, aos trinta, é compreensível que tenha metido a cabeça no forno e morrido por inalação de gás (imaginam quanta coragem é preciso para isso?), DEPOIS de ter preparado o café da manhã para os filhos - leite e pão com manteiga - e deixado junto à caminha de ambos; feito isto, vedou o acesso da cozinha aos demais cômodos com fita crepe, para que as  crianças não  inalassem o gás, etc.etc.

Sylvia louca? De certa forma. Talvez, ingênua, inadaptada ao mundo, ironicamente o que a Sylvia escritora e poeta absolutamente genial  não são.
 
Neste âmbito, o mundo é que tome muito cuidado com ela.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "NOTICIAS_LEIA_MAIS", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "articlekey": 82537, "context": "{\"articlekey\":82537}" }

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

MANDATO MANTIDO

Eduardo Bolsonaro nega renúncia e tenta intimidar servidores da PF

2

Legislação

Deputado Marcos Pollon quer criar o programa Minha Primeira Arma

3

RELAÇÕES EXTERIORES

Lula, Petro e três presidentes assinam artigo contra o autoritarismo

4

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Licença de Eduardo Bolsonaro expira, dando início à contagem de faltas

5

Direitos das mulheres

Padre João propõe feriado nacional no Dia da Mulher

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES