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Congresso em Foco
15/4/2008 | Atualizado às 14:33
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou nesta terça-feira (15) o relatório Conflitos no Campo 2007, no qual aponta a expansão das plantações de cana-de-açúcar como principal responsável pelo crescimento do trabalho escravo no país em 2007.
Segundo a CPT, dos 5.974 trabalhadores libertados em 2007, 52% saíram das usinas do setor sucroalcooleiro. Entre os casos de desrespeito à legislação trabalhista registrados pela CPT, o setor ocupa a primeira colocação.
“Isso tem a ver claramente com o aumento das exportações de etanol e cana-de-açúcar”, avaliou o geólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e analista da CPT, Carlos Walter Gonçalves, em entrevista à Agência Brasil. “A violência do poder privado, das empresas, está crescendo com o aumento da exportação de commodities”, disse.
O estudo também registra 265 ocorrências de trabalho escravo, três a mais do que no ano anterior. O número de trabalhadores libertados subiu de 3.633 para 5.974. Veja aqui os dados completos do relatório sobre trabalho escravo.
Também em entrevista à Agência Brasil, o conselheiro da CPT e ex-presidente da comissão dom Tomás Balduíno criticou as três esferas do poder público pelo crescimento do trabalho escravo. “O Executivo solta verbas para essas empresas. Onde está a PEC que confisca terras de quem utiliza mão-de-obra escrava? O Judiciário é campeão em indústria de liminares a favor do grande e contra o pequeno”, afirmou.
O relatório foi apresentado no acampamento de trabalhadores rurais montado para o lançamento da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra, no estádio Mané Garrincha,em Brasília. (Lúcio Lambranho)
Leia ainda:
Desde janeiro de 2007, o Congresso em Foco fez uma série de reportagens sobre o trabalho escravo e a relação dessa prática com congressistas e doações eleitorais. Para saber mais sobre o assunto, leia as seguintes matérias:
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