A Controladoria Geral da União (CGU) analisou a aplicação de R$ 520 milhões repassados pelo governo federal a 60 municípios e detectou, entre outras irregularidades, fraudes em licitações, obras abandonadas, equipamentos adquiridos há anos e que ainda não utilizados. Os resultados fazem parte da 22ª edição do Programa de Fiscalização de Municípios. No município de Santa Luzia/MA, por exemplo, a CGU identificou indícios de desvio dos R$ 158,4 mil destinados à construção de uma unidade de saúde. “O extrato da movimentação financeira da conta corrente mostrou que o município utilizou, entre maio de 2003 e novembro de 2004, praticamente 100% dos recursos repassados. Apesar disso, até a época da fiscalização, julho de 2006, as obras ainda não haviam sido iniciadas”, diz o site da CGU. Em Ipaba/MG, a CGU constatou ter havido fraude em duas licitações realizadas pela prefeitura. “Uma para a aquisição de uma ambulância, em 2003, e outra, de um trator agrícola, em 2004”. Os proprietários de duas empresas que teriam sido convidadas para apresentar proposta de preço negaram a participação afirmando que as assinaturas atribuídas a eles nos processos licitatórios são falsas. Em Iati/PE, a CGU detectou irregularidades na compra de combustível, em 2005, com recursos do Ministério da Saúde. “Os fiscais analisaram as notas fiscais e verificaram, por exemplo, que um dos veículos supostamente abastecidos estava fora de uso há mais de dois anos e que outro, com motor a gasolina, foi utilizado para justificar gastos com óleo diesel”, diz a CGU. Em Salitre/CE, a CGU identificou superfaturamento de R$ 72 mil na compra de alimentos para a merenda escolar, em 2005, com recursos do Ministério da Educação. Os relatórios de fiscalização foram encaminhados à Procuradoria Geral da República; ao Tribunal de Contas da União; à Câmara dos Deputados; ao Senado; às Procuradorias Gerais de Justiça dos estados; à Procuradoria da República nos estados; aos promotores de Justiça das comarcas fiscalizadas; às prefeituras municipais; e às câmaras municipais respectivas. Planam A CGU também afirma que dos municípios fiscalizados, ao menos cinco compraram unidades móveis de saúde (UMS) da Planam, empresa acusada de chefiar a máfia dos sanguessugas. “Em Pirapora do Bom Jesus/SP, a prefeitura informou que não possuía nenhum documento do veículo, apesar de decorridos 11 meses do pagamento”. De acordo com a CGU, o órgão está realizando uma fiscalização especial em 600 municípios que adquiriram UMS da Planam. (Rodolfo Torres) Confira as íntegra dos relatórios de fiscalização da CGU
CGU detecta irregularidades em repasse para cidades
9/7/2007
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