PF aponta divergências na defesa de Renan Calheiros

A perícia realizada pela Polícia Federal nos documentos apresentados pela defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), constatou divergências entre as notas fiscais e as Guias de Transporte Animal (GTAs) que justificariam os rendimentos do senador. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o relatório conclui que as guias não tem relação identificável com as vendas.

"As informações constantes das guias examinadas não foram suficientes para que os peritos concluíssem de forma irrefutável que essas eram referentes às notas fiscais apresentadas. Cabe ressaltar que várias informações preenchidas nas guias são divergentes daquelas presentes nas notas fiscais", conclui a perícia. "As GTAs foram apresentadas de forma desvinculada das notas fiscais de venda", constata.

As guias e as notas fiscais são os principais documentos apresentados pelo senador como prova de que teria rendimentos suficientes para pagar pensão de R$ 12 mil à filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. Segundo reportagem da revista Veja, Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior, teria custeado os pagamentos.

As GTAs trazem informações sobre os rebanhos, incluindo a origem e destino das rezes nas transações comerciais de pecuaristas, prática que deveria garantir a sanidade da carne vendida em Alagoas e em todo o país. Conforme revelou na semana passada o Congresso em Foco (leia mais), o estado de Alagoas não tem os registros de controle animal em ordem para comprovar as vendas de boi feitas pelo presidente do Senado antes de 2006. (Carol Ferrare)