Ao chegar para o jantar oferecido pela bancada petista da Câmara, o presidente Lula negou que esteja privilegiando setores do PT na formação do segundo escalão do governo. "Eu não discuto cargos dentro do governo, discuto ministério. Os partidos têm os ministros da área, que se reúnam com eles e discutam", afirmou. "Não cabe aos partidos indicar pessoas para cargos administrativos se as pessoas não tiverem combinação de competência técnica que o Estado precisa para ser administrado", complementou. Lula também destacou sua relação com o PT e classificou de “naturais” as divergências entre ele e o partido. "O PT sempre esteve afinado comigo e eu com o PT. As divergências fazem parte da história do PT e para quem acompanha a história do partido, o que muitas vezes parece absurdo, para nós é o exercício da democracia", afirmou. O presidente ressaltou que não pede “submissão” aos partidos que fazem parte da coalizão do governo. "Quando faço coalizão, não peço aos partidos submissão, mas compreensão para aquilo que é importante", disse. Lula não quis comentar a decisão desta noite do Tribunal Superior Eleitoral, que considerou que ele não teve participação na tentativa de compra de um dossiê, que envolveria políticos do PSDB com a máfia das ambulâncias. O episódio ocorreu durante a campanha eleitoral do ano passado. Operação Furacão Em relação às investigações da Polícia Federal sobre a compra de liminares para que as casas de bingo continuassem funcionando, Lula afirmou que mandou para o Congresso uma medida provisória em 2004 que extinguia o jogo. No entanto, a medida foi derrotada no Senado. “Agora, a PF apenas cumpre a lei existente que proíbe as máquinas".