O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), e o vice-presidente do colegiado, senador Demóstenes Torres (PFL-GO) não se entendem quanto ao prazo que os senadores acusados pela CPI dos Sanguessugas tem para renunciar.
João Alberto entende que os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB),
Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT), acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias, tem até segunda-feira da semana que vem para apresentar o pedido de renúncia.
Demóstenes Torres, por sua vez, pensa que os três senadores não podem mais renunciar, uma vez que já entregaram suas defesas e os processos já foram protocolados.
Ontem, João Alberto desqualificou o depoimento de Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam empresa central do esquema, afirmando que o empresário não tinha credibilidade, dando a entender que não abriria processo contra os senadores acusados. João Alberto disse ainda que, como presidente do Conselho, tem a prerrogativa de decidir sozinho sobre o arquivamento ou não dos processos.
Demóstenes Torres negou que João Alberto tenha o poder para decidir sozinho sobre o assunto. Torres ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o presidente do Conselho de Ética decida não abrir os processos por quebra de decoro parlamentar dos senadores acusados.
"Essa história de arquivar no Conselho de Ética, se isso ocorrer, vou recorrer ao plenário (do Senado) e ao Supremo Tribunal Federal", disse Demóstenes.