A comissão executiva nacional do PRP decidiu tornar sem efeito a decisão da convenção nacional do partido, realizada no dia 29 de junho, que lançou a empresária Ana Maria Teixeira Rangel como candidata à Presidência da República. O PRP alegou que Ana Maria infringiu a ética partidária.
De acordo com a ata de reunião da comissão, que foi protocolada ontem no TSE pelo presidente do partido, Ovasco Roma Altimari Resende, a anulação foi decidida por causa de "recentes acontecimentos e notícias" em que o partido é acusado pela imprensa de apoiar a candidatura de Ana Maria em troca de vantagens indevidas ou ilícitas.
No dia 30 de junho, Ana Maria entregou gravações para o Ministério Público de São Paulo nas quais o presidente do PRP pede R$ 14 milhões para financiar a campanha. Desse valor, R$ 3 milhões seriam pagos ao partido como sinal e R$ 800 mil em dinheiro seriam depositados diretamente na conta de Resende, sem que fossem declarados à Justiça Eleitoral. Resende negou qualquer irregularidade.
Ana Maria também protocolou ontem no TSE o registro da candidatura, já que o PRP ainda não o tinha feito. Entre os candidatos à Presidência da República, a empresária foi a que apresentou a maior estimativa de custos máximos à campanha: R$ 150 milhões (a segunda maior estimativa é a da coligação PT/PRB/PCdoB, chapa do presidente Lula, com R$ 89 milhões). Os registros de candidatura ainda podem ser realizados até hoje pelos próprios candidatos.