O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou hoje a abertura de inquérito contra 15 parlamentares envolvidos na Operação Sanguessuga, esquema de corrupção desbaratado pela Polícia Federal em maio. O pedido foi feito pelo ontem pela Procuradoria Geral da República (PGR). O nome dos parlamentares sob investigação não foram divulgados nem pelo STF nem pela PGR.
O ministro Gilmar Mendes, que autorizou a abertura, pediu que a PF a repasse à corte os autos do inquérito e determinou que o depoimento de todos os parlamentares envolvidos e das pessoas citadas como intermediárias no esquema sejam colhidos em até 30 dias. Gilmar Mendes solicitou também a identificação dos assessores dos parlamentares envolvidos com os fatos em apuração e a tomada de depoimento de todos eles.
Segundo o STF, os 15 inquéritos contra os parlamentares permanecem em segredo de justiça para garantir a eficácia da investigação. Cabe ao Supremo, a partir de agora, analisar as diligências requisitadas pelo Ministério Público Federal que necessitem de autorização judicial, mas a Polícia Federal continua conduzindo as investigações.
Operação
No dia 4 de maio, a Polícia Federal, na chamada Operação Sanguessuga, efetuou uma série de prisões de pessoas suspeitas de envolvimento numa fraude, que já teria movimentado R$ 110 milhões. Entre os presos estavam dois ex-deputados, assessores de parlamentares, empresários e uma funcionária do Ministério da Saúde.
Desde 2001, a empresa Planam, do Mato Grosso do Sul, vendia ambulâncias por valores superfaturados para as prefeituras de todo o País e empresas não-governamentais que recebem ajuda do governo. As compras eram feitas por meio de licitações irregulares.