O Ministério Público de São Paulo conseguiu repatriar cerca de U$ 1 milhão que estavam depositadas em contas no exterior do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, conforme mostra reportagem de hoje do jornal O Globo. O dinheiro foi desviado entre 1994 e 2000, quando Pitta e Paulo Maluf foram prefeitos de São Paulo, durante a realização das obras da Avenida Água Espraiada, que custou R$ 796 milhões. Segundo os promotores, a obra saiu 30% acima dos valores de mercado.
O MP ainda investiga outros R$ 700 mil que estariam em contas bancárias abertas por Celso Pitta depois que dele deixou a prefeitura. O dinheiro repatriado já foi depositado numa conta judicial e deve ser recuperado para os cofres públicos na próxima semana.
Foi a ex-mulher de Celso Pitta, Nilcéia Pitta, quem forneceu as informações para a polícia chegar à conta que o ex-prefeito abriu no Commercial Bank de Nova York. Depois de achar essa conta, os promotores rastrearam as transferências feitas para o Multi Commercil Bank, em Zurique, depois para o Bank of Butterfield, nas Ilhas Guernsey, e mais tarde para o Neue Bank, do Lincthestein. Antes de voltar ao Brasil, o dinheiro ainda foi movimentado no Multi Bank das Ilhas Cayman.
Segundo o promotor Sílvio Marques, Pitta poderá recorrer no processo de repatriação do dinheiro, mas o promotor não acredita nessa possibilidade. "Se ele reclamar o dinheiro, vai ser uma confissão", afirmou.
O ex-prefeito sempre negou que tivesse conta no exterior. O Ministério Público ainda não ofereceu denúncia contra Celso Pitta, mas ele terá de se explicar sobre o dinheiro.
Em nota, Pitta disse desconhecer a denúncia de que tinha dinheiro no exterior. Ele acrescentou que essa ação "pode ter sido feita por adversários políticos com a intenção de desviar as atenções dos recentes escândalos".