O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, entrou de vez em campo para apaziguar os conflitos entre tucanos e pefelistas. Disparou telefonemas para o prefeito Cesar Maia (PFL) e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que trocaram insultos nos últimos dias. O comando de campanha intensificou a costura de acordos estaduais.
O coordenador de programa de governo de Alckmin, João Carlos Meirellles, almoçou ontem com o prefeito do Rio. No encontro, o prefeito reivindicou que a agenda de viagem de Alckmin aos Estados contemple atividades com o PFL e o PSDB. Hoje, é a vez do vice, José Jorge (PE), reiterar ao prefeito a disposição de Alckmin "de oferecer-lhe espaço na campanha". Mas ainda ontem o clima era difícil. Em conversas com tucanos, Tasso disse que não se pode permitir que os pefelistas critiquem o candidato diariamente. Tasso afirmou ainda que agiu deliberadamente ao atacar o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), para impor um "freio de arrumação".
O senador alegou que vinha sendo há muito alvo de críticas do prefeito e que não poderia deixar sem resposta. Cesar Maia, por sua vez, argumentou, na conversa com Meirelles, que, desde terça-feira, vinha sendo atacado por Tasso e avisou que não se calaria enquanto persistisse. Para Cesar Maia, Tasso é um "coronel de smoking".
"Coronel com aspas, do sertão mesmo. Se não, ele pensa que é do Exército e pode ficar vaidoso." Segundo o prefeito, Tasso "olha o Brasil com foco regional. Por isso prioriza sua base local e pessoal, e não a dimensão nacional".
Alckmin, que passou o dia tentando conter os atritos entre tucanos e pefelistas, afirmou que a crise é um "estresse de campanha e é passageira". E disse que cresce na adversidade. "Estou otimista porque nossa pré-campanha é como o mandacaru: ela cresce na adversidade, na dificuldade. Estou acostumado, faz parte."