O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), deve se reunir ainda hoje com o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), para avaliarem o envio de uma delegação de parlamentares brasileiros à Bolívia para medirem as conseqüências da decisão do presidente boliviano Evo Morales, que decidiu estatizar o gás e o petróleo do país, para o Brasil.
O decreto do presidente Evo Morales, determina a ocupação dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras. Além dela, operam na Bolívia as petrolíferas Repsol YPF (Espanha e Argentina), British Gas e British Petroleum (Reino Unido), e a Total (França).
Com a medida, elas ficam obrigadas a entregar as propriedades para a empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A estatal assumirá a comercialização da produção, definindo condições, volumes e preços tanto para o mercado interno quanto para exportação.
Aldo pediu ajuda ao embaixador brasileiro na Bolívia para avaliar a possibilidade de o Poder Legislativo brasileiro auxiliar na solução do problema. Mas ele não acredita que haja uma crise na América Latina.
"Vamos ver se realmente os interesses da Petrobras serão atingidos - o que a Bolívia vai fazer com aquele gás?", questionou, ao informar que pedirá uma análise da íntegra do decreto de Morales.
Preocupação com o consumidor
Aldo também refutou o risco de eventual desabastecimento de gás no Brasil. O presidente da Câmara disse que sua preocupação é com o consumidor brasileiro, se ele será prejudicado ou não com aumentos nos preços. "Pelo que colhi até agora, não será", destacou.
Aldo, que conversou hoje com o presidente Lula, ressaltou que a decisão do governo boliviano é uma questão de interesse do país. "Nesse caso, devemos agir institucionalmente, com equilíbrio e sensatez", ponderou.