O corretor Murilo de Almeida Rego alegou ser portador de uma doença psíquica ao depor na sub-relatoria de Fundos de Pensão da CPI dos Correios. Ao ser questionado pelo sub-relator, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sobre seu patrimônio e o fato de ter feito operações bancárias em nome de sua mulher, Rogéria Costa Beber, ele apresentou um atestado médico mostrando que é portador de distúrbio bipolar. A doença provoca alterações constantes de humor que variam da depressão à euforia.
Murilo disse que registrou seu patrimônio e negócios em nome da esposa para "resguardar a família" e evitar que, durante uma crise de euforia, gastasse compulsivamente. O corretor possui 85 imóveis no Rio de Janeiro.
Ele também afirmou que não realizou qualquer operação de mercado com fundos de pensão e atribuiu a evolução de seu patrimônio a ganhos imobiliários e a uma doação de R$ 1,4 milhão que recebeu de seu pai, o empresário Haroldo do Rego Almeida, o Pororoca, além de ganhos obtidos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
O sub-relator, no entanto, discordou da versão apresentada pelo corretor. "Está claro que existem movimentações financeiras incompatíveis com a avaliação patrimonial da família declarada ao Imposto de Renda", disse ACM Neto após o depoimento.
Murilo disse ser amigo do ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno há 10 anos. "Sou amigo do Sereno desde a época em que ele era da CUT (Central Única dos Trabalhadores), mas nunca tivemos negócios juntos". O corretor foi também assessor parlamentar, entre 1994 e 1996, do então deputado Lindberg Farias (PT-RJ), hoje prefeito de Nova Iguaçu (RJ).