Durante reunião da CPI dos Correios, o gerente-geral da Unidade de Gestão e Segurança (UGS) do Banco do Brasil, Edson Araújo Lobo, explicou ao deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) o porquê de operações financeiras de grande vulto, como as que movimentaram as contas das agências de publicidade do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, terem passadas despercebidas aos operadores do BB. Segundo Lobo, os avaliadores não encontraram fortes indícios de crime na simples análise dos números, por mais que sejam quantias significativas.
Edson Lobo participa de audiência pública na Sub-relatoria de Normas de Combate à Corrupção, onde defendeu a necessidade de maior integração entre os vários órgãos do sistema de combate à lavagem de dinheiro: BB, Coaf (órgão do Ministério da Fazenda), Polícia Federal e Ministério Público, entre outros. "O setor precisa de trocas de informações mais sistemáticas", sugeriu Lobo.
O gerente-geral de Segurança do BB disse que, atualmente, o banco checa 644 milhões de operações financeiras por mês, como rotina de combate à lavagem de dinheiro.
Lobo explicou que mais de 78 mil funcionários do BB - pouco mais de 90% do total - já foram treinados em prevenção e combate à lavagem de dinheiro. Para ele, no entanto, o problema é a "mudança de paradigma".
"Antes, o bancário era treinado para avaliar o risco de crédito", observou Lobo. "Agora, tem de analisar também o risco da operação envolver crime, mesmo que não ofereça à instituição nenhum perigo financeiro". Segundo Lobo, os bancários precisam de tempo para se adaptarem à nova realidade.
A reunião da Sub-relatoria prossegue na sala 6 da ala Nilo Coelho do Senado.